Novo remédio para pessoas com risco de diabetes pode adiar início da doença

Tratamento

Maurílio Goeldner

Repórter e editor do portal Um Diabético. Escreve sobre saúde desde os tempos da faculdade de jornalismo. Para sugerir uma reportagem: redacao@umdiabetico.com.br

Pessoas com risco de desenvolver diabetes já podem tomar um novo remédio que pode adiar o começo da doença. O Teplizumabe foi testado e aprovados pelos órgãos sanitários dos Estados Unidos. Por enquanto ele não é vendido no Brasil.

O endocrinologista André Vianna acompanhou a divulgação dos resultados do estudo no congresso da Associação Americana de Diabetes, em San Diego. “A medicação atua diretamente no nosso sistema imunológico fazendo com que as células diminuam a agressão que fazem sobre as células beta, que são as células produtoras de insulina”, explica ele. No diabetes tipo 1 o sistema imunológico ataca erroneamente as células saudáveis do pâncreas que produzem insulina, as chamadas células beta. Esse ataque resulta na destruição das células beta, levando a uma deficiência grave de insulina no corpo. Como a insulina é essencial para o transporte de glicose das células sanguíneas para as células do corpo, a falta dela causa um aumento persistente nos níveis de glicose no sangue, caracterizando o diabetes tipo 1. André Vianna explica que a pesquisa foi feita com pessoas que estão no estágio dois do pré-diabetes: “São pessoas que já tem detectáveis dois anticorpos, que vão causar o diabetes. Elas já apresentam alteração dos níveis de glicose no sangue, mas não desenvolveram ainda o nível tão alto a ponto de ser diagnosticado com diabetes”. Nesse caso é quase certo que em algum momento da vida elas vão desenvolver o diabetes.

Os resultados

O medicamento Teplizumabe se mostrou capaz de atrasar em dois anos, o começo do diabetes tipo 1. Esse prazo é uma média. “As pessoas com pré-diabetes foram submetidas a um tratamento injetável por 14 dias seguidos, comparado com placebo. 43% delas ao longo do estudo desenvolveram diabetes tipo um versus 72% das pessoas no grupo que tomaram o placebo”, explica o endocrinologista, que lembra ainda que o remédio não é indicado pra quem já tem o diabetes e não substitui o tratamento com insulina. “Já está aprovado pra ajudar na prevenção do diabetes nos Estados Unidos, apesar de ter um custo muito alto. Por enquanto é indicado apenas para esse grupo de pessoas estudadas”, conclui André.

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