Consumo de carne aumenta a chance de diabetes, revela estudo

Alimentação

Um estudo divulgado por pesquisadores das universidades de Harvard, nos Estados Unidos, e de Laval, no Canadá, revelou uma associação entre o consumo de carne vermelha e o risco aumentado no desenvolvimento de diabetes tipo 2. Os resultados foram obtidos após a análise de dados de mais de 200 mil participantes inscritos em três estudos de saúde: o Nurses’ Health Study, o Nurses’ Health Study II e o Health Professionals Follow-up Study.

Ao longo de um extenso período de acompanhamento, que se estendeu por aproximadamente 40 anos, os participantes forneceram informações detalhadas sobre seu estado de saúde, bem como seus padrões alimentares, a cada dois anos. Quase 23 mil participantes estudados, foram diagnosticados com diabetes tipo 2 durante esse período.

Os resultados do estudo revelaram que aqueles que consumiam uma quantidade maior de carne vermelha e demonstraram um risco maior em desenvolver a doença, comparado com aqueles que consumiam quantidades menores.

Em entrevista com a nutricionista Fernanda Mattos, ela disse: “É importante salientar que não existem riscos em consumir os alimentos, desde que de forma equilibrada. A carne vermelha é uma boa fonte de proteínas, como qualquer produto de origem animal, e fonte de ferro, zinco e B12, nutrientes importantes para a saúde humana. Se consumida em quantidades acima do recomendado, a carne vermelha processada que possui gordura saturada, pode aumentar o risco no desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes”.

Quando questionada sobre os riscos de pessoas com diabetes consumirem a carne vermelha a resposta de Fernanda foi: “As carnes vermelhas, processadas e ultraprocessadas podem possuir alto índice inflamatório, quando consumido em quantidades altas, tem demonstrado associação com inflamação em diversos sistemas do organismo, entre eles, a diminuição da sensibilidade à insulina e o desequilíbrio da microbiota intestinal, o que pode elevar o risco no desenvolvimento do diabetes tipo 2 ou agravar a doença que já existente.”

Embora o estudo divulgado pela pesquisa não estabeleça uma relação causal direta entre o consumo de carne vermelha e o desenvolvimento de diabetes tipo 2, os pesquisadores apontam para os efeitos adversos da gordura saturada, encontrada em abundância na carne vermelha, na sensibilidade à insulina e no funcionamento das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, que regula os níveis de glicose no sangue.

“A quantidade padrão recomendada é de 500 gramas por semana, mas tudo depende do contexto de alimentação do indivíduo. Dependendo da dieta que a pessoa segue e o que ela consome no seu dia a dia, entender se dentro da rotina, a pessoa consome mais ou menos fibras, e se convive com doenças associadas como hipertensão arterial, ácido úrico alto, entre outras. A carne vermelha pode até mesmo ser retirada completamente da alimentação do indivíduo, dependendo do quadro. Por isso se deve a importância de realizar os exames e adequar a rotina alimentar de acordo com a necessidade de cada indivíduo.” Afirmou a nutricionista.  

Segundo Fernanda, as carnes de peixe e porco, são opções mais acessíveis e nutritivas para substituir a carne vermelha. Ela destacou ainda que: não só a escolha da carne, mas a forma de preparo também é muito importante e elencou algumas opções, veja:

  • Prefeir as carnes cozidas, grelhadas ou assadas.
  • Retirar as peles e gorduras parentes.
  • Escolher cortes mais magros (peito de frango, filés de peixe, lombo do porco).
  • Variar nos tipos de carnes durante a semana.
  • Sempre ter um bom acompanhamento, legumes, salada, cereais integrais e grãos.
  • Evitar frituras, molhos gordurosos, empanados, processos e ultraprocessados.

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