Ministério da Saúde confirma mudança de insulina rápida; municípios e estados são responsáveis por orientação

Capa4 Saúde Pública

A troca de insulinas em várias regiões do Brasil chamou a atenção de muitos pacientes que dependem do medicamento nos últimos dias. O portal “Um Diabético” recebeu um relato de São Paulo em que um beneficiário usava a insulina Asparte, mas, ao marcar para buscar, só encontrou a insulina Lispro disponível para retirada. Diante das mudanças relatadas por leitores e seguidores, o portal entrou em contato com o Ministério da Saúde para esclarecer o ocorrido.

O que aconteceu?

Desirêe Romão, moradora de São Paulo e usuária de insulina, relatou ao portal “Um Diabético” na última sexta-feira, 31, que muitas pessoas estão indo até as unidades de distribuição para retirar a insulina Asparte, mas acabam retornando sem o medicamento desejado.

As pessoas estão indo retirar e voltam”, afirmou Desirêe.

Segundo ela, não houve nenhum tipo de comunicado antecipado sobre a mudança, o que tem surpreendido os pacientes.

Em nota, a Coordenadoria de Assistência Farmacêutica de São Paulo (CAF) informou que a mudança segue diretrizes do Ministério da Saúde. De acordo com a resposta oficial, as insulinas análogas de ação rápida disponíveis no SUS são: Asparte, Glulisina e Lispro. A escolha da Lispro foi feita na última remessa de aquisição pelo órgão federal.

O que diz o Ministério da Saúde?

O portal “Um Diabético” recebeu uma nota nesta terça-feira, 04, na qual o Ministério da Saúde confirmou a troca das insulinas, sendo a maioria para Lispro (equivalente à Humalog). Segundo a pasta, essa escolha ocorreu porque este tipo de insulina apresentou o menor valor de compra na última licitação. Esta é uma prioridade e um dever quando é realizada uma licitação em qualquer esfera: sempre é pautado o menor valor global.

O Ministério também explicou que fornece às secretarias de Saúde estaduais e do Distrito Federal (SES) informações sobre a molécula de insulina a ser distribuída na Rede de Atenção à Saúde. No entanto, a execução da distribuição é descentralizada e responsabilidade das secretarias, que têm autonomia para organizar a logística conforme suas necessidades locais, desde que sigam os critérios estabelecidos na legislação vigente.

O que dizem os especialistas?

A endocrinologista Karla Mello, membro da Sociedade Brasileira de Diabetes, conversou com o portal “Um Diabético” sobre o tema. Para a especialista, a substituição das insulinas deve ser feita de forma equivalente, sem impacto na eficácia do tratamento.

“Os análogos de insulina de ação rápida disponíveis no Brasil são a Asparte, Glulisina e Lispro. Do ponto de vista farmacológico e clínico, elas não apresentam diferenças significativas, o que permite sua participação em pregões por classe terapêutica”, explica Karla Mello.

Dessa forma, pacientes que utilizavam a insulina Asparte e passarão a usar a Lispro podem manter a mesma dosagem e o mesmo esquema de aplicação, garantindo a continuidade do controle da glicose.

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