Os números da glicose fazem parte da rotina de quem tem diabetes tipo 1, mas para a holandesa Mieke Joha, de 43 anos, eles se tornaram muito mais do que simples dados de monitoramento.
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Gestora de investimentos e ex-advogada, Mieke foi diagnosticada com a doença em 2017, aos 36 anos. O uso do sensor facilitou o controle da glicose, mas também trouxe uma visão diferente entre as medições diárias.
Em entrevista ao jornalismo do portal Um Diabético, ela contou que observando as curvas e oscilações, ela começou a enxergar formas e figuras. Assim nasceu um projeto artístico que transforma os altos e baixos da glicemia em desenhos criativos e cheios de significado.
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A arte que nasce dos números
Logo nos primeiros meses usando o sensor de glicose, Mieke percebeu que as curvas registradas ao longo do dia se pareciam com figuras aleatórias. “Eu via cães, pernas, mãos, gatos…”, conta ela. No início, era apenas um pensamento curioso, mas em junho de 2022, decidiu dar vida a essas imagens, desenhando sobre os gráficos. O que começou como um passatempo logo se tornou uma forma divertida e inesperada de lidar com a condição.
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Sem planejar os desenhos com antecedência, Mieke espera o fim do dia para visualizar as formas que surgem nos gráficos. Com criatividade e um olhar atento, ela transforma as oscilações glicêmicas em ilustrações que vão desde animais e flores até mensagens motivacionais.
O impacto nas redes sociais
Ao começar a compartilhar suas criações no Instagram, Mieke se surpreendeu com a reação do público. “As pessoas ficaram entusiasmadas com a ideia. Algumas riram, outras me enviaram mensagens diretas contando como aquilo impactava seus dias”, relata.
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Pais de crianças com diabetes tipo 1 passaram a enxergar os gráficos de uma maneira menos assustadora, e muitos seguidores afirmam que seus desenhos trazem conforto e leveza para a rotina do tratamento. “Acho incrível que algo tão simples possa fazer as pessoas sorrirem”, diz Mieke.
Uma abordagem única para o diabetes
Mieke entende que a relação emocional com os números da glicose pode ser complexa. “Gráficos ruins podem trazer frustração, enquanto curvas estáveis geram alívio”, explica. Para ela, desenhar sobre essas oscilações é uma forma de ressignificar o impacto emocional dos dados. “Não gosto que um gráfico ‘bobo’ influencie meu humor”, completa.
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Mesmo sem planos para expandir o projeto, ela segue postando suas ilustrações regularmente, encantando cada vez mais pessoas pelo mundo. “É apenas minha rotina diária, algo que faço por diversão, mas estou aberta a ideias.”, afirma.
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