Quem convive com diabetes sabe que manter bons hábitos alimentares faz toda a diferença no controle da glicose. Mas, no dia a dia, algumas dúvidas sempre surgem, principalmente quando o assunto envolve alimentos tradicionais e queridos, como o pão de queijo.
Apesar de ser uma delícia tipicamente brasileira, ele pode representar um desafio para quem precisa controlar a glicemia. Mas será que quem tem diabetes precisa abrir mão desse sabor? A resposta é: não necessariamente. Com moderação, informação e atenção aos detalhes, é possível incluí-lo na alimentação.
O “Um Diabético”, conversou com a nutricionista e educadora em diabetes Carol Netto, que compartilhou dicas valiosas sobre o consumo do pãozinho de queijo por pessoas com diabetes.
Quais ingredientes do pão de queijo impactam a glicose?
Antes de tudo, é importante entender como os ingredientes do pão de queijo agem no organismo. A receita tradicional leva polvilho, leite, ovos, queijo e óleo. Todos esses alimentos que afetam a glicemia de formas diferentes.
Segundo Carol Netto, alguns desses ingredientes fazem a glicose subir rapidamente, como o polvilho, que é fonte de carboidrato simples. Outros, como as gorduras do queijo e do óleo, podem retardar essa elevação, fazendo com que a glicose aumente de forma mais lenta, às vezes até 8 horas depois do consumo.
Carboidratos em foco: o que considerar?
O pão de queijo é rico em carboidratos, e o corpo transforma esse nutriente em glicose. Por isso, quem vive com diabetes precisa observar não só o pão de queijo em si, mas a refeição completa. Combinar alimentos de forma inteligente e manter o controle da quantidade total de carboidratos ajuda a evitar picos glicêmicos.
Além disso, vale reforçar que o tamanho do pão de queijo influencia bastante. Um pão de queijo pequeno, por exemplo, contém cerca de 15g de carboidratos, o que equivale a uma porção de frutas.
Gordura: vilã ou aliada?
A gordura presente no pão de queijo também merece atenção. Em excesso, ela atrapalha a digestão dos carboidratos e pode fazer com que a glicose suba de forma mais lenta, porém mais prolongada. Isso representa um desafio especialmente para quem usa insulina. Já no caso do diabetes tipo 2, a resposta do organismo varia. Como ainda há produção de insulina, mesmo que reduzida, o corpo pode lidar melhor com esse tipo de alimento, mas sempre com vigilância e moderação.
Cada corpo responde de forma única. Por isso, monitorar a glicose antes e depois de comer pão de queijo é fundamental. Com esse cuidado, você entende melhor como seu organismo reage ao alimento e pode ajustar a quantidade ou os horários de consumo.
Pão de queijo: pode ou não pode?
A resposta final é sim: quem tem diabetes pode comer pão de queijo, desde que controle a quantidade e mantenha os demais cuidados do tratamento. Monitorar a glicose, praticar atividades físicas e seguir corretamente a medicação são atitudes que ajudam a manter o equilíbrio.
Se possível, escolha versões menores, caseiras ou com ingredientes mais saudáveis, como polvilho azedo de fermentação natural ou queijos magros. E lembre-se: o mais importante é conhecer seu corpo e respeitar seus limites.
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