Nesta segunda-feira, 4 de fevereiro, é o Dia Mundial do Câncer, uma data dedicada à conscientização e combate a uma das doenças que mais afeta a população mundial. Entre os muitos fatores de risco já conhecidos, um novo estudo realizado na Finlândia trouxe informações surpreendentes sobre a relação entre o diabetes tipo 1 e o câncer, especialmente para pacientes que passaram por um transplante renal. Outros dados mostram como o diabetes tipo 2 também pode ter uma relação direta com a doença.
Diabetes tipo 1 aumenta o risco de câncer?
A pesquisa, publicada na The Lancet Regional Health, analisou mais de 5 mil pessoas com diabetes tipo 1 e comparou seus dados com um grupo de 14 mil pessoas sem diabetes. O objetivo era entender se o diabetes por si só aumenta a probabilidade de desenvolver câncer ou se existem outros fatores em jogo.
Os resultados mostraram que, para a maioria dos pacientes com diabetes tipo 1, o risco de câncer não é significativamente maior do que na população em geral. No entanto, quando analisaram pessoas que passaram por um transplante de rim, o cenário mudou drasticamente.
Os números impressionam:
- Pacientes com transplante renal tiveram um risco 14 vezes maior de desenvolver câncer de pele não melanoma;
- O risco de câncer no sistema linfático foi 5,3 vezes maior;
- A incidência de câncer na boca e faringe também subiu mais de cinco vezes;
- Casos de melanoma foram cinco vezes mais frequentes.
Diabetes tipo 2 e a relação com câncer
Além da relação entre o diabetes tipo 1 e o câncer observada no estudo finlandês, o diabetes tipo 2 também é um fator de risco importante para os tipos de câncer malignos. Uma revisão científica do tipo, que analisou 27 estudos de metanálise, concluiu que indivíduos com diabetes tipo 2 têm um risco 10% maior de desenvolver câncer, especialmente nos órgãos digestivos (pâncreas, fígado e cólon), além da mama e do endométrio. Esse aumento pode estar ligado à resistência à insulina, inflamação crônica e alterações hormonais que favorecem o crescimento celular descontrolado.
Além disso, o impacto do câncer e seus tratamentos pode ser uma via de mão dupla para o diabetes. Algumas terapias oncológicas, incluindo corticoides e certos quimioterápicos, podem desencadear um quadro de diabetes induzido ou agravar a doença em pacientes que já vivem com a condição. Isso reforça a necessidade de um acompanhamento médico multidisciplinar para equilibrar o tratamento do câncer sem comprometer o controle glicêmico.
Cuidado e prevenção
Diante das descobertas sobre a relação entre diabetes e câncer, adotar hábitos saudáveis não só reduz o risco de desenvolver ambas as doenças, mas também melhora a qualidade de vida. A seguir, algumas recomendações baseadas nos estudos mais recentes:
- Controle do diabetes: Manter os níveis de glicose dentro da faixa ideal é essencial para reduzir processos inflamatórios e a resistência à insulina, fatores que contribuem para o crescimento de células cancerígenas.
- Alimentação anti-inflamatória: A dieta desempenha um papel central na prevenção do câncer e no controle do diabetes. Estudos apontam que o consumo de alimentos naturais e ricos em antioxidantes pode reduzir inflamações e danos celulares. Inclua:
Vegetais (brócolis, couve-flor, couve) – ajudam na desintoxicação do organismo;
Frutas vermelhas – combatem os radicais livres e reduzem o estresse oxidativo;
Oleaginosas (nozes, castanhas e amêndoas) – fonte de gorduras boas e anti-inflamatórias;
Proteínas magras e peixes ricos em ômega-3 – reduzem inflamações e protegem as células.
- Controle do peso e da obesidade: O excesso de gordura corporal aumenta a resistência à insulina e eleva os níveis de hormônios ligados ao crescimento de tumores, como o estrogênio. Perder de 5% a 10% do peso corporal já pode reduzir significativamente os riscos de câncer e complicações do diabetes.
- Exercícios físicos
O sedentarismo está diretamente ligado ao aumento dos casos de câncer e diabetes tipo 2. O ideal é praticar pelo menos 150 minutos semanais de atividades aeróbicas (caminhada, corrida, dança, natação) e exercícios de resistência muscular (musculação, pilates, yoga).
- Evite o tabagismo e o consumo excessivo de álcool
O cigarro é responsável por cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão e aumenta os riscos de câncer de bexiga, pâncreas e boca. O álcool também está relacionado a tumores no fígado, mama e esôfago. Parar de fumar e reduzir o consumo de bebidas alcoólicas são medidas fundamentais para a prevenção.
- Acompanhamento médico e exames
O diagnóstico precoce é uma das armas mais poderosas contra o câncer. Pessoas com diabetes tipo 1 ou 2 devem fazer check-ups regulares, incluindo exames como:
- Hemoglobina glicada – para monitorar o controle do diabetes;
- Ultrassom da tireoide e exames de rastreamento de câncer – especialmente para quem tem fatores de risco;
- Consultas dermatológicas e odontológicas – para monitoramento de possíveis lesões pré-cancerígenas.
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