Aos 22 anos, Drico Alves já carrega uma grande bagagem: ator desde criança, participou de grandes sucessos da TV, como “A Força do Querer”, “Pantanal” e “Império”, na Globo, além de “Jesus”, na Record. Porém, por trás das câmeras, ele vive uma rotina de desafios que pouca gente conhece. Diagnosticado com diabetes tipo 1 aos 17 anos, Drico teve que se adaptar a uma nova realidade, equilibrando trabalho, saúde e a paixão pelo esporte.
Em uma conversa exclusiva com o “Um Diabético”, ele relembrou os primeiros sinais da doença, a surpresa do diagnóstico e como lida com a condição no dia a dia.
Diagnóstico inesperado
Era 2019. Drico estava vivendo, pela primeira vez, longe da mãe. Morava com a tia quando começou a perceber que algo não estava certo. A sede era insaciável, o número de idas ao banheiro aumentava e o corpo dava sinais de cansaço extremo.
“Eu só tava fazendo xixi 30 vezes no dia, bebendo 40 garrafas d’água e pra mim tava tudo normal”, brinca. Mas o que parecia uma rotina diferente logo virou um alerta. Além da sede e da urina excessiva, Drico começou a sentir câimbras constantes nas pernas e acordava várias vezes durante a noite. Foi aí que resolveu contar para a mãe.
Assim que os exames saíram, o susto: glicemia em 600 mg/dL em jejum. O diagnóstico era claro: diabetes tipo 1.
A rotina com o diabetes e o papel do esporte
Apesar do choque inicial, Drico não demorou para encarar a nova realidade de frente. Hoje, sua rotina inclui musculação e futebol, aliados que fazem toda a diferença no controle do diabetes.
“Depois da internação, coloquei a musculação na minha vida imediatamente, todos os dias. E desde então, mantive essa rotina. Virou parte de mim, não me sinto bem se não for treinar”, conta.
Ele também joga futebol duas vezes por semana, em treinos intensos. O motivo? Além da paixão pelo esporte, ele sabe que a prática regular de exercícios é essencial para manter a glicose sob controle. “A insulina é uma tecnologia maravilhosa que salva vidas”, reforça.
Carreira na TV: como o diabetes impactou sua trajetória?
O diagnóstico veio no fim de uma novela na Record. Meses depois, a pandemia paralisou produções e Drico ficou sem novos trabalhos por um tempo. Mas em 2021, veio a grande oportunidade: o remake de Pantanal, na Globo. Agora, ele teria que aprender a lidar com o diabetes dentro de um set de gravação.
“A rotina de gravações é puxada, e às vezes o almoço sai só às 3 da tarde. Eu sempre levo minha comida congelada porque preciso seguir os horários certinhos”, explica.
Ainda assim, mesmo com o planejamento, nem sempre tudo sai como esperado. Durante uma gravação, ele viveu um momento curioso:
“Teve um dia que rolou pizza no set. Comi bastante, fui direto gravar e esqueci de tomar insulina. Depois, vi no sensor que minha glicose tava batendo quase 300! Corri pra pegar minha insulina, apliquei e voltei a gravar. Todo mundo foi super compreensivo”, lembra.
Inspiração para jovens com diabetes
Para Drico, conviver com o diabetes foi uma grande lição. E, assim como encontrou uma referência no ator José Loreto, que também tem diabetes tipo 1, ele quer ser um exemplo para outras pessoas.
“Eu quero ser para os outros o que o Zé Loreto foi para mim. Ele me ajudou a enxergar que a vida continua normal, só com algumas adaptações. Quero passar essa mensagem positiva, principalmente para os jovens, que às vezes são mais relaxados com o tratamento”, destaca.
O maior aprendizado
Atualmente, Drico vê o diabetes não apenas como um desafio, mas como um fator que transformou sua vida para melhor.
“Claro que é uma dificuldade, mas me fez evoluir como ser humano. Se não fosse o diabetes, talvez eu não cuidasse tão bem da minha alimentação e da minha saúde. Aprendi que todo desafio vem para ensinar algo.”
Por isso, ele segue firme, entre os sets de gravação e os campos de futebol, mostrando que o diabetes pode até ser um obstáculo, mas nunca um impedimento para viver grandes histórias.
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