Quando se fala em diabetes, muitas pessoas ainda acreditam que a culpa está unicamente no consumo exagerado de açúcar. Porém, essa visão simplista não reflete a complexidade da doença. Para desmistificar essa ideia, é essencial entender como a condição surge, quais são os tipos mais comuns e por que manter o equilíbrio alimentar é importante para todos, com ou sem diagnóstico.
Nem tudo é culpa do doce
Antes de mais nada, vamos deixar claro: comer doce por si só não causa diabetes. Essa crença popular precisa ser revista. O que realmente acontece é bem mais complexo. A nutricionista e educadora em diabetes que explica o tema destaca que ninguém desenvolve diabetes apenas por comer um pedaço de bolo ou alguns bombons de vez em quando.
Todo o resto junto com o doce pode, com o tempo, aumentar a sua chance de diabetes. Portanto, o excesso alimentar, o ganho de peso, o sedentarismo e fatores genéticos é que formam o cenário propício para o aparecimento da doença.
O que é, de fato, o diabetes?
Diabetes é uma condição em que o organismo não consegue produzir ou usar corretamente a insulina, hormônio responsável por permitir que a glicose entre nas células para ser usada como energia. Quando esse processo falha, o açúcar se acumula no sangue, o que pode gerar sérias complicações ao longo do tempo.
Diabetes tipo 1: uma condição autoimune
No caso do diabetes tipo 1, o cenário é diferente. A própria defesa do corpo ataca as células do pâncreas responsáveis por produzir insulina. A célula de defesa do organismo, de repente, olha pra célula que produz insulina e mata essa célula, porque entende como uma inimiga. Isso significa que é uma doença autoimune. E aí a gente para de produzir insulina.
Esse tipo geralmente aparece na infância ou adolescência e não tem nenhuma relação com o consumo de açúcar. Ele depende unicamente de questões genéticas e do comportamento do sistema imunológico.
Diabetes tipo 2: genética, peso e estilo de vida
Já o diabetes tipo 2 envolve múltiplos fatores. A genética desempenha papel importante, mas o sobrepeso, a obesidade e os hábitos alimentares desregulados podem acelerar o processo. A questão genética é fundamental. Mas, junto com ela, o excesso de peso, sedentarismo e má alimentação também influenciam muito.
Diferente do tipo 1, o tipo 2 costuma surgir na fase adulta e pode ser prevenido com atividade física regular, alimentação equilibrada e controle do peso.
O papel da glicose no corpo
Glicose no sangue não é inimiga, pelo contrário. Tudo que é carboidrato vira açúcar no sangue, que é um outro tipo de açúcar que a gente precisa também para sobreviver. O organismo usa a glicose como principal fonte de energia, especialmente para órgãos como o cérebro e os olhos.
O problema aparece quando há excesso constante de glicose circulando no corpo. Esse desequilíbrio pode causar danos a longo prazo, afetando vasos sanguíneos, rins, nervos e até a visão.
O desafio é o equilíbrio
A mensagem central é simples: ter diabetes não é sinônimo de ter comido muito açúcar, e sim resultado de fatores variados, como predisposição genética e estilo de vida. No entanto, isso não significa que uma pessoa com diabetes pode consumir doces sem limites.
Para quem tem diabetes ou quer se prevenir, manter uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas faz toda a diferença. Evitar exageros, conhecer os sinais do corpo e buscar orientação profissional são atitudes que protegem a saúde.
E, por fim, vale repetir: diabetes não vem só do doce. Então, da próxima vez que ouvir esse mito, aproveite para espalhar a verdade, porque informação também é uma forma poderosa de prevenção.
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