O arroz é um dos alimentos mais tradicionais na mesa do brasileiro. Versátil, acessível e culturalmente presente em quase todas as refeições, ele costuma ser uma das primeiras dúvidas de quem recebe o diagnóstico de diabetes. No entanto, como explica a nutricionista e educadora em diabetes, Tarcila Campos, é fundamental entender como equilibrar as porções e, principalmente, como combinar o arroz com outros alimentos para controlar a glicemia.
Arroz branco e integral: as semelhanças e as diferenças
Antes de tudo, é importante desfazer um mito comum. “A quantidade de carboidrato é muito semelhante entre o arroz branco e o arroz integral“, esclarece Tarcila. Isso significa que, do ponto de vista da contagem de carboidratos, ambos impactam de forma parecida na alimentação de uma pessoa com diabetes. Contudo, existe uma diferença importante entre eles: a velocidade de absorção.
O arroz integral mantém sua camada externa rica em fibras, o que faz com que sua digestão aconteça de maneira mais lenta. Essa característica ajuda a evitar picos rápidos de glicose no sangue. Porém, se você não aprecia o sabor ou a textura do integral, não precisa se desesperar. Tarcila ensina um caminho prático:
“Se eu já tenho o hábito de pôr salada no prato, pronto. Eu já não preciso ser tão adepto do arroz integral, porque eu estou conseguindo incluir uma fibra extra“.
Estratégias: como reduzir o impacto glicêmico do arroz branco?
Mesmo que o arroz branco tenha digestão mais rápida, é possível desacelerar esse processo combinando-o com outros alimentos ricos em fibras ou proteínas. A combinação clássica brasileira, o arroz com feijão, é, na verdade, uma das mais benéficas. “A combinação arroz com feijão, ela é perfeita“, afirma Tarcila. O feijão, assim como outras leguminosas como lentilha, ervilha e grão-de-bico, oferece proteínas vegetais e fibras solúveis, que contribuem para o controle da glicemia.
Além disso, se você consome arroz com uma boa salada ou vegetais variados, já está fazendo uma excelente escolha. As fibras presentes nesses alimentos ajudam a retardar a digestão dos carboidratos, promovendo uma liberação mais gradual da glicose na corrente sanguínea.
Personalização é a chave: adapte a alimentação à sua rotina
Cada pessoa tem uma resposta glicêmica diferente, por isso personalizar a alimentação faz toda a diferença. A nutricionista orienta que, se alguém não gosta de saladas e evita o consumo de vegetais, optar pelo arroz integral pode ser uma estratégia válida para adicionar fibras à dieta.
“Se a pessoa não come salada de jeito nenhum, talvez eu vou falar: então tenta usar o integral pra você ter um pouco dessa fibra que é benéfica pra todo mundo.“
Portanto, o segredo não está apenas na escolha entre arroz branco ou integral, mas sim no conjunto da refeição. Pensar em combinações balanceadas, manter atenção às porções e conhecer a própria resposta glicêmica são atitudes que fortalecem o cuidado diário com o diabetes, sem abrir mão do sabor e da tradição à mesa.
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