O exame de sangue apontou glicose alta. A notícia veio: pré-diabetes ou diabetes tipo 1 ou 2. E agora? A primeira coisa que vem à cabeça costuma ser: “o que eu posso comer?” ou “será que vou viver só de salada e tudo diet?” Como fazer uma alimentação melhor no pós diagnóstico?
Mas, antes de entrar nessa paranoia, é importante entender o porquê de tudo isso. Como explica Tarcila Campos, a comida é nossa fonte de energia. Do pão ao arroz, da carne ao feijão, tudo o que a gente come vira combustível. E quem faz esse combustível funcionar dentro do corpo é a insulina.
Insulina: a porta da energia para alimentação
Toda vez que a gente come, o corpo transforma os alimentos em glicose, o famoso “açúcar no sangue”. Mas essa glicose só vira energia de verdade quando entra na célula. Para isso, precisa da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas.
Quando a glicemia aparece alterada no exame, isso indica um problema nesse processo. Ou o corpo parou de produzir insulina, como no caso do diabetes tipo 1, ou ela não está funcionando direito, como costuma acontecer no tipo 2.
A comida vira vilã na alimentação de quem tem diabetes? Não!
Tarcila é clara: “o tratamento não é deixar de comer”. A chave do cuidado está em criar uma relação saudável com a alimentação. E isso leva em conta não só o tipo de diabetes. Mas também a realidade de cada pessoa, o que ela tem acesso, o que está acostumada a comer e como será o tratamento dali pra frente.
Ou seja, não adianta retirar o pão, o arroz, a batata ou a fruta. Tudo vai depender da quantidade, do horário, da combinação dos alimentos e, claro, da orientação que o profissional da saúde vai passar.
E os produtos diet?
Muita gente acredita que, depois do diagnóstico, só pode comer alimentos diet, light ou zero. Mas esse é um dos maiores mitos. O importante é entender que quase tudo que a gente come interfere na glicemia. Por isso, a ideia não é cortar tudo, mas sim ajustar.
Nem todo produto diet é saudável. Alguns são ricos em gorduras ou conservantes. Outros têm adoçantes que podem causar desconforto. Então, ao invés de correr pro “sem açúcar” da prateleira, vale mais a pena aprender a montar um prato equilibrado, saboroso e seguro.
Comer com consciência é melhor que cortar tudo entre pessoas com diabetes
O segredo está no equilíbrio. Comer com atenção, mastigar devagar, observar os sinais do corpo e entender que a alimentação não precisa ser perfeita, só precisa ser possível e saudável dentro da rotina de cada um.
Além disso, é importante lembrar que a comida não é inimiga. Muito pelo contrário: ela é aliada no tratamento. Quando bem combinada com a medicação e o acompanhamento médico, a alimentação ajuda a manter a glicose controlada e evita complicações no futuro. Por isso, não existe um cardápio mágico. Existe o que funciona para você. E isso depende de muitos fatores: idade, tipo de diabetes, rotina, hábitos, preferências, cultura alimentar e acesso.
O mais importante após o diagnóstico é buscar orientação profissional. Nutricionistas especializados em diabetes vão te ajudar a adaptar o que você já come. Vão te ensinar como equilibrar os alimentos no prato e como enxergar a comida como cuidado, e não castigo.
Em vez de medo, informação
Resumindo: sim, a alimentação importa. Mas não precisa ser uma sentença. O diagnóstico de diabetes muda a vida, mas não precisa tirar o sabor dela. Com orientação certa, dá para comer bem, viver com qualidade e manter a glicemia sob controle.
Então, ao invés de entrar em pânico ou cortar tudo de uma vez, procure entender o seu corpo. Ouça os profissionais, ajuste sua rotina, e lembre-se: o tratamento começa no prato, mas também passa pelo autocuidado e pelo acolhimento.
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