Panetone e rabanada: como os doces de natal afetam o controle do diabetes

Alimentação

Maurílio Goeldner

Repórter e editor do portal Um Diabético. Escreve sobre saúde desde os tempos da faculdade de jornalismo. Para sugerir uma reportagem: redacao@umdiabetico.com.br

Com a temporada festiva se aproximando, muitos de nós já começamos a imaginar as delícias que estarão presentes na mesa natalina. No entanto, para quem enfrenta o desafio diário do diabetes, a escolha dos alimentos requer atenção especial. Conversamos com a nutricionista Tarcila Campos para entender como panetone e rabanada, dois clássicos dessa época, podem se encaixar em uma dieta equilibrada. “Tanto a rabanada quanto o panetone entram na classificação de alimentos fonte de carboidrato. Então, óbvio que podem fazer parte, e a gente só tem que lembrar de fazer uma substituição adequada quando for consumi-los”, destaca Tarcila.

Panetone: cuidado com porções e combinações

Se a ideia é começar o dia com um pedaço de panetone no café da manhã, Tarcila aconselha a fazer uma substituição adequada para manter a composição balanceada. “Tira o pão naquele dia e tenta não perder aquela composição que a gente já faz. Não deixa de ter a proteína, porque a gente sabe que dentro do universo do carboidrato, consumi-lo de forma isolada ou combinada faz diferença.”

É crucial também ficar atento à quantidade. “Não dá para comer o panetone inteiro de uma vez só. Então, essa ideia de ter a porção, uma dica boa é olhar o rótulo, entender a informação nutricional, fazer a contagem de carboidratos e ajustar a insulina. Tudo vai dar certo nesse processo”, aconselha a nutricionista.

Rabanada: estratégias para reduzir o impacto

No caso da rabanada, a história é semelhante. “O que acontece de diferente é que muitas famílias têm o hábito de passar ela na canela com açúcar. E a gente já sabe que ela é frita, então terá o efeito da gordura. Se não pudermos ter esse açúcar, só fazer ela na canela já ajuda um pouco a diminuir a velocidade de absorção, o que é crucial para pessoas com diabetes.”

Tarcila destaca a importância de não evitar a aplicação de insulina. “Às vezes, as pessoas têm receio de aplicar insulina depois de comer algo considerado ‘errado’. A dica é não deixar de aplicar. E para quem tem diabetes tipo 2 e também lida com o controle de peso, é fundamental inserir esses alimentos dentro de uma frequência e quantidade que não exceda o combinado, mas sempre dentro de um estilo de vida saudável.”

Substituições possíveis

Tarcila ainda sugere algumas substituições, como tomar um copo de leite com o panetone ou incluir uma fatia de queijo branco antes de saborear essas delícias. “São dicas que a gente pode fazer. No dia que você escolheu comer uma sobremesa doce, como rabanada ou panetone, tente concentrar mais o prato com salada e proteína, e depois desfrute do doce dentro de uma quantidade controlada.”

A nutricionista enfatiza que essas estratégias não precisam ser aplicadas diariamente, mas proporcionam flexibilidade para incluir doces típicos de dezembro sem comprometer o controle glicêmico. “Não precisamos proibir esses alimentos. Tracione isso e aproveite. Uma ou duas vezes por semana, coloque um doce que você está com vontade, especialmente nesta época do ano.”

Panetone vs. Chocotone

Quanto à escolha entre panetone e chocotone, Tarcila destaca que a quantidade de carboidrato é semelhante, mas o chocotone tende a ter um pouco mais de gordura devido à presença de chocolate. “Essa gordura combinada ao carboidrato pode ter um impacto um pouco mais tardio, então é importante ter essa diferença em mente ao fazer a escolha.”

Em resumo, desfrutar dos sabores natalinos não significa abrir mão do controle do diabetes. Com estratégias inteligentes, substituições conscientes e o devido acompanhamento médico, é possível celebrar as festas com prazer e saúde.

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