Nos últimos anos, o jejum intermitente ganhou popularidade como uma estratégia de perda de peso e promoção da saúde. Porém, será que essa prática também pode beneficiar pessoas que convivem com diabetes? Especialistas e estudos recentes apontam que o jejum intermitente pode trazer alguns benefícios importantes, quando for adotado com cautela e supervisão médica.
O que é o jejum intermitente?
O jejum intermitente é um padrão alimentar que alterna períodos de alimentação e abstinência. Existem diversas formas de praticá-lo, sendo as mais comuns:
- Jejum em dias alternados: alternância entre dias de jejum com baixa ingestão calórica (500-700 calorias) e dias de alimentação regular.
- Plano 5:2: alimentação normal por cinco dias da semana e jejum em dois dias (não consecutivos).
- Restrição de tempo (TRE): alimentação dentro de uma janela específica do dia (por exemplo, 8 horas de alimentação e 16 de jejum).
Essa flexibilidade permite que essa prática seja adaptado ao estilo de vida e às necessidades individuais. Mas, para as pessoas com diabetes, a questão vai além da simples perda de peso. O impacto do jejum no controle da glicose e no uso de insulina é uma preocupação.
Os benefícios do jejum intermitente para pessoas com diabetes
De acordo com especialistas, o jejum intermitente pode oferecer alguns benefícios interessantes, sobretudo para aqueles que buscam melhorar o controle do diabetes tipo 2. Entre os potenciais ganhos estão:
- Perda de peso: A redução calórica promovida pelo jejum pode ajudar a perder peso, fator importante para o controle do diabetes. Pesquisas indicam que a prática de JI pode ser eficaz para essa finalidade, contribuindo indiretamente para o equilíbrio glicêmico.
- Melhora da sensibilidade à insulina: A insulina é o hormônio responsável por regular o açúcar no sangue. Estudos sugerem que o JI pode aumentar a sensibilidade à insulina, resultando em uma melhor resposta do organismo aos alimentos e, consequentemente, melhor controle dos níveis de glicose.
- Equilíbrio do açúcar no sangue: O jejum intermitente pode ajudar a reduzir os níveis de glicose em jejum e os valores da hemoglobina glicada, que reflete o controle médio do açúcar no sangue ao longo dos últimos meses. Isso é especialmente relevante para quem tem diabetes tipo 2.
Mas e o diabetes tipo 1?
Para quem tem diabetes tipo 1, a prática de jejum intermitente exige ainda mais cautela. Embora existam relatos de pessoas que conseguiram incorporar o jejum à sua rotina, os riscos são significativos.
O jejum prolongado pode levar à hipoglicemia (queda nos níveis de glicose) e à cetoacidose diabética, uma condição grave causada pelo acúmulo de cetonas no sangue.
No entanto, alguns estudos apontam que, com monitoramento e ajustes precisos nas doses de insulina, o jejum pode ser seguro para algumas pessoas com diabetes tipo 1. Monitorar os níveis de glicose e cetonas durante o jejum é fundamental para evitar complicações.
Cuidados essenciais para quem deseja adotar o jejum intermitente
Para pessoas com diabetes, o jejum intermitente não deve ser iniciado sem acompanhamento médico. Antes de adotar essa prática, é necessário considerar alguns cuidados importantes:
- Monitoramento frequente dos níveis de glicose: Seja com medidores tradicionais ou monitores contínuos de glicose , acompanhar as variações de açúcar no sangue é crucial.
- Ajuste nas doses de insulina e outros medicamentos: Como o jejum pode alterar os níveis de glicose, a dosagem de insulina deve ser cuidadosamente ajustada. Reduções na insulina são necessárias durante os períodos de jejum para evitar a hipoglicemia.
- Teste de cetonas: Para quem tem diabetes tipo 1, é importante monitorar os níveis de cetonas no sangue ou na urina, evitando o risco de cetoacidose diabética.
- Fique atento aos sinais do corpo: Fome extrema, tontura, irritabilidade e tremores são sinais de alerta. O corpo pode demorar a se adaptar ao novo padrão alimentar, então, a introdução do JI deve ser gradual.
O jejum intermitente pode ser uma ferramenta útil para quem tem diabetes, ajudando a promover a perda de peso, melhorar a sensibilidade à insulina e equilibrar os níveis de glicose no sangue. Mas, é uma estratégia que deve ser adotada com responsabilidade e sempre sob orientação médica. Se bem planejado, ele pode fazer parte de uma rotina saudável e de um controle eficaz do diabetes.
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