Imagem para ilustrar reportagem sobre pão francês

Pão francês causa glicose alta em pessoas com diabetes? Entenda

Alimentação

Quando se trata de diabetes, a alimentação é um dos fatores mais discutidos e, muitas vezes, cercado de mitos. Um dos maiores é a ideia de que o pão francês, popular na mesa dos brasileiros, é um grande problema para quem convive com diabetes. Mas será que isso é verdade? Vamos explorar essa questão de forma simples e direta, com base nas informações da nutricionista especialista em diabetes, Carol Neto.

O mito do pão francês

Desde que foi diagnosticado com diabetes, Tom Bueno ouviu muitas vezes que deveria cortar o pão francês de sua dieta. Essa recomendação, comum entre muitos profissionais de saúde e também entre pessoas que convivem com diabetes, está baseada no fato de que o pão francês é uma fonte rica em carboidratos. Um único pãozinho contém, em média, 28 gramas de carboidratos, que são rapidamente transformados em glicose na corrente sanguínea, elevando os níveis de açúcar no sangue.

Entendendo o carboidrato

A chave para entender a relação entre o pão francês e o diabetes está no carboidrato. Carboidratos são nutrientes que, ao serem ingeridos, se transformam em glicose, a principal fonte de energia do corpo. No entanto, o impacto de um determinado alimento no nível de glicose no sangue pode variar de pessoa para pessoa, o que torna o autoconhecimento e o monitoramento constante da glicemia uma estratégia necessária.

Substituir o pão francês por outros alimentos como bolachas de água e sal ou torradas é uma prática comum. No entanto, como Tom destaca, é fácil cair na armadilha de consumir uma quantidade muito maior desses substitutos, o que acaba resultando em uma ingestão total de carboidratos ainda maior. Além disso, torrar o pão francês pode aumentar seu índice glicêmico, acelerando ainda mais a absorção da glicose.

A visão da especialista

De acordo com Carol Neto, nutricionista especialista em diabetes, “quando você torrar um pão francês, você acaba aumentando o índice glicêmico do alimento, o que significa que a glicose será absorvida mais rapidamente pelo organismo”. Ela explica que, ao torrar o pão, o processo é semelhante a “caramelizar” os carboidratos, tornando-os mais fáceis de serem convertidos em glicose. Esse aumento na velocidade de absorção pode causar picos de glicose no sangue, o que não é ideal para quem tem diabetes.

A velocidade de absorção é o “x” da questão

A grande questão não é o pão francês em si, mas a velocidade com que os carboidratos que ele contém são absorvidos pelo organismo. Carboidratos simples, como os encontrados no pão francês, são rapidamente transformados em glicose, o que pode causar picos de açúcar no sangue. 

Por outro lado, carboidratos complexos, como os da aveia, são absorvidos de forma mais lenta, proporcionando uma liberação gradual de glicose.

Carol Neto reforça que “o pão francês não precisa ser eliminado da dieta de quem tem diabetes. O segredo está no controle da quantidade ingerida e na combinação com outros alimentos que possam retardar a absorção da glicose”. Comer um pãozinho francês com moderação, acompanhado de alimentos ricos em fibras, por exemplo, pode ser uma forma inteligente de manter o prazer à mesa sem comprometer a saúde.

Ou seja, o pão francês não é um problema que muitos acreditam ser. Como qualquer alimento, o segredo está na moderação e no autoconhecimento. Com acompanhamento nutricional adequado e monitoramento constante, é possível desfrutar do pãozinho francês sem culpa. Afinal, viver com diabetes não significa abrir mão dos prazeres da vida, mas sim aprender a equilibrá-los de forma saudável.

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