Desde agosto de 2024, a pequena Laura Mandelli, de apenas 10 anos, convive com o diagnóstico de diabetes tipo 1. Para muitos, a notícia seria um freio na rotina e nos sonhos de uma criança. Mas, para Laurinha, como é carinhosamente chamada, a doença não foi um obstáculo — foi apenas mais um desafio a ser enfrentado com coragem, disciplina e amor pelo esporte.
Apaixonada pelo surfe, Laurinha continuou firme nas competições e na rotina de treinos, mesmo após a descoberta da doença autoimune. “Ela aceitou o diagnóstico com uma leveza impressionante. Não deixou que isso a impedisse de fazer o que mais ama. Pelo contrário: encarou com orgulho.”, conta a mãe, Thiara Mandelli.

A vida da família mudou, claro. Os cuidados aumentaram, a atenção se multiplicou, mas a vontade de seguir em frente falou mais alto. Durante os campeonatos, por exemplo, a logística se torna ainda mais delicada.
Campeonatos após o diagnóstico de diabetes tipo 1
Cada bateria dura entre 15 e 20 minutos, com muita remada, esforço físico e pouco tempo de recuperação. “Muitas vezes ela termina uma bateria e, meia hora depois, já precisa entrar na próxima. Nesses momentos, é essencial oferecer carboidratos de rápida absorção para garantir energia e manter a glicemia estável.”, explica Thiara.
Para passar o dia na praia, a família leva sempre uma bolsa térmica com as insulinas, lanches fracionados e alimentos preparados, já que a estrutura dos eventos nem sempre oferece opções adequadas. “Às vezes não conseguimos fazer uma refeição completa, tudo depende dos horários das baterias. Por isso, o controle nutricional é fundamental.”, destaca a mãe.

Sensor de glicose para o tratamento do diabetes tipo 1
Outro ponto de atenção é o sensor de glicose que Laurinha usa para monitorar os níveis de açúcar no sangue em tempo real. Para protegê-lo da água salgada e das quedas na prancha, ela costuma usar maiô ou roupas de borracha com manga longa, principalmente quando não está com o adesivo protetor. “Até hoje só perdemos um sensor, e foi numa queda em que a prancha bateu exatamente em cima dele.”, relembra.
Além do mar, Laurinha também cuida da saúde com treinos de Funcional Kids três vezes por semana. A atividade ajuda na resistência física — essencial para o desempenho no surfe — e no controle da glicemia, contribuindo para uma rotina mais equilibrada.
Com toda essa dedicação, Laurinha se tornou exemplo de superação e disciplina, mostrando que o diagnóstico de diabetes não precisa limitar sonhos. “Tivemos que adaptar a rotina, claro. Mas ela tem encarado tudo com tanto amor e leveza… É encantador ver como ela está lidando com tudo isso. É um orgulho enorme”, afirma Thiara.

Como forma de eternizar o amor pela filha e tudo o que têm vivido desde o diagnóstico, Thiara Mandelli decidiu marcar na pele essa nova fase da vida. Ela tatuou no braço a imagem de um sensor de glicose com a frase “mãe pâncreas” — expressão usada com carinho entre mães de crianças com diabetes tipo 1, que assumem o papel de monitorar a glicemia, aplicar insulina e cuidar da alimentação com dedicação total.