Glicotoxicidade: o perigo da glicose alta e como evitar seus danos

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Você já ouviu falar em glicotoxicidade? O nome pode parecer complicado, mas o conceito é simples: quando a glicose fica alta por muito tempo, ela pode se tornar tóxica para o corpo, prejudicando o funcionamento das células e aumentando o risco de complicações do diabetes.

Esse problema afeta tanto quem tem diabetes tipo 1 quanto quem tem diabetes tipo 2 e pode causar danos ao pâncreas, aos nervos, aos rins, aos olhos e até ao coração. A boa notícia é que há formas de evitar esse efeito e proteger o organismo.

O que é glicotoxicidade?

Para entender a glicotoxicidade, pense no açúcar do sangue como um ingrediente essencial para o funcionamento do corpo. Quando está na quantidade certa, ele fornece energia para as células. Mas se há glicose demais circulando no sangue por muito tempo, ela começa a causar danos às células e órgãos.

No diabetes tipo 1, o corpo não produz insulina suficiente para controlar a glicose, o que leva ao seu acúmulo no sangue. No diabetes tipo 2, o corpo até produz insulina, mas ela não funciona direito (resistência à insulina), e a glicose também fica alta. Se isso acontece por um período prolongado, as células começam a ser “intoxicadas” pelo excesso de açúcar – esse processo é o que chamamos de glicotoxicidade.

Os efeitos da glicotoxicidade no corpo

A glicotoxicidade pode afetar vários órgãos e sistemas do corpo. Veja alguns dos principais impactos:

1. Pâncreas sobrecarregado

No diabetes tipo 2, o excesso de glicose desgasta as células do pâncreas que produzem insulina, fazendo com que elas funcionem pior e, em alguns casos, parem de produzir insulina por completo.

2. Danos nos nervos (Neuropatia diabética)

O açúcar em excesso pode destruir os nervos, causando dormência, formigamento e dores, principalmente nos pés e mãos. Isso aumenta o risco de feridas e infecções.

3. Problemas nos olhos (Retinopatia diabética)

Os vasos sanguíneos da retina são muito sensíveis e podem ser afetados pelo excesso de glicose, aumentando o risco de perda da visão.

4. Rins sobrecarregados (Nefropatia diabética)

Os rins filtram o sangue, mas quando há glicose demais, eles precisam trabalhar mais, o que pode levar à insuficiência renal ao longo dos anos.

5. Coração e circulação prejudicados

A glicotoxicidade pode favorecer o acúmulo de gordura nas artérias, aumentando o risco de infarto e derrame.

Como evitar a glicotoxicidade?

A glicotoxicidade é um risco real, mas há maneiras de preveni-la e até reverter seus efeitos iniciais. De acordo com sociedades médicas como a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a Associação Americana de Diabetes (ADA) e a Federação Internacional de Diabetes (IDF), algumas atitudes simples podem fazer toda a diferença:

1. Controle da glicose no sangue

• Monitore a glicemia regularmente para identificar variações. Sensores de glicose e testes capilares ajudam a manter o controle.

• Siga o tratamento correto, seja com insulina (para diabetes tipo 1) ou com medicamentos orais/injetáveis (para diabetes tipo 2).

• Evite picos de glicose, pois oscilações frequentes também podem prejudicar o corpo.

2. Alimentação equilibrada

• Reduza carboidratos refinados e açúcares, como pão branco, arroz branco, refrigerantes e doces.

• Dê preferência a alimentos integrais e ricos em fibras, que liberam glicose no sangue de forma mais lenta.

• Inclua proteínas e gorduras saudáveis na alimentação, como peixe, azeite, abacate e castanhas, para manter a glicose estável.

3. Exercício físico regular

• Atividades aeróbicas, como caminhada e natação, ajudam a glicose a ser utilizada pelas células.

• Exercícios de força, como musculação, melhoram a ação da insulina e ajudam a equilibrar a glicose no sangue.

• Movimente-se mais ao longo do dia, evitando ficar muito tempo sentado.

4. Controle do estresse e do sono

• O estresse aumenta hormônios que elevam a glicemia. Técnicas como respiração profunda, meditação e lazer ajudam no controle.

• Dormir bem é fundamental, pois noites mal dormidas podem descontrolar a glicemia e piorar a resistência à insulina.

5. Acompanhamento médico regular

• Consultas frequentes com endocrinologistas ajudam a ajustar o tratamento conforme necessário.

• Exames como hemoglobina glicada (HbA1c), avaliação dos rins e exames de fundo de olho devem ser feitos periodicamente para detectar complicações precocemente.

A glicotoxicidade pode causar danos sérios ao corpo, mas com um bom controle da glicemia, alimentação saudável, exercícios físicos e acompanhamento médico regular, é possível evitar esses problemas e ter uma vida saudável com diabetes.

Se você convive com diabetes, fique atento aos sinais do corpo e converse com seu médico sobre estratégias para manter sua glicose controlada e evitar complicações no futuro. O conhecimento e o autocuidado são as melhores ferramentas para uma vida com mais saúde!

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