Tratamento do diabetes diminui chance de câncer de pele

Tratamento

Maurílio Goeldner

Repórter e editor do portal Um Diabético. Escreve sobre saúde desde os tempos da faculdade de jornalismo. Para sugerir uma reportagem: redacao@umdiabetico.com.br

O tratamento do diabetes pode, de certa forma, oferecer uma linha de defesa contra o câncer de pele. Foi isso que mostrou uma pesquisa com 6880 pacientes na Islândia, entre 2003 e 2017. “A boa notícia é que tanto a insulina quanto alguns medicamentos utilizados no tratamento do diabetes, especialmente a metformina, demonstram ser protetores contra o câncer de pele”, destaca o dermatologista Felipe Ribeiro. Essa é uma descoberta relativamente recente, que revela uma incidência significativamente menor de câncer de pele entre pacientes que fazem uso dessas substâncias em comparação com aqueles que não as utilizam.

O dermatologista Felipe Ribeiro

O câncer de pele, notadamente o melanoma, é conhecido por sua agressividade, tornando a prevenção e a vigilância cruciais. O médico enfatiza a importância de manter uma avaliação médica regular, pelo menos uma vez ao ano.

Ele destaca que, embora essas medicações reduzam as chances de desenvolver câncer de pele, elas não substituem os cuidados básicos.”O tratamento do diabetes não é um passaporte para ignorar as precauções necessárias em relação à saúde da pele. Os cuidados básicos, como o uso de filtro solar, são essenciais, mesmo em dias nublados. As nuvens não impedem a passagem dos raios ultravioleta, então a proteção é crucial”, alerta Felipe Ribeiro.

Ao abordar os tipos de câncer de pele o dermatologista destaca dois grandes grupos: o melanoma, geralmente associado a pintas escuras, e o câncer não melanoma, frequentemente relacionado à genética e à exposição solar.

Cuidados com a pele

É vital compreender que, embora essas medicações ofereçam uma redução nas taxas de câncer de pele, elas não são uma vacina infalível. “Usar essas medicações não é um passaporte para a pessoa não olhar para suas pintas. Elas estão lá, presentes. Elas apenas diminuem a taxa de o câncer se manifestar”, destaca o Dr. Ribeiro. Ele sublinha a importância de manter a vigilância e procurar um médico diante de qualquer alteração na pele.

Essa descoberta abre novos horizontes na interseção entre diabetes e saúde dermatológica, fornecendo uma perspectiva otimista para aqueles que enfrentam ambas as condições. Manter um equilíbrio entre o tratamento do diabetes, cuidados com a pele e avaliações médicas regulares emerge como uma abordagem abrangente para a saúde global.

Os pesquisadores da Islândia também concluíram que a metformina pode ter potencial como agente quimioprotetor para pacientes com alto risco de câncer de pele, embora isso precise ser confirmado em estudos futuros.

O assunto foi abordado numa entrevista com o jornalista Tom Bueno, numa entrevista para o canal Um Diabético. Acesse aqui:

doutor Felipe Ribeiro dermatologista

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