A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele, caracterizada pela formação de manchas escamosas, avermelhadas, que podem causar coceira, dor e desconforto.
O jornalista Tom Bueno percebeu os primeiros sintomas em 2020. Ele, que convive com o diabetes, inicialmente acreditou que as lesões estavam ligadas ao descontrole dessa condição.
“Em 2020, comecei a perceber algumas bolinhas vermelhas no corpo que coçavam e foram aumentando. Achei que era por conta do diabetes, porque estávamos em plena pandemia e eu estava dentro de casa. Naquela época, meu controle não estava muito bom”, relata Tom.
Ao notar o aumento das manchas, que se espalharam pelo corpo, exceto o rosto, ele procurou ajuda médica. Após uma biópsia, foi diagnosticado com psoríase gutata, geralmente desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. Essa forma da doença é caracterizada por pequenas lesões em forma de gota no tronco, braços, pernas e couro cabeludo.
O especialista explicou que a crise pode ter sido desencadeada por fatores psicológicos. “A explicação que ele me deu foi que, por questões psicológicas, aquela crise poderia ter sido desencadeada”, conta Tom.
O tratamento foi feito com corticoides aplicados nas lesões para cicatrização. Essa foi a única crise que Tom enfrentou até hoje.
Ele também relata que o médico indicou uma relação entre a psoríase gutata e o diabetes tipo 1, condição autoimune com a qual convive. “O médico me disse que aquela psoríase tinha relação com o diabetes tipo 1, que, no meu caso, é autoimune. Desde então, eu sigo acompanhando”, conclui.
Psoríase e diabetes: qual é a relação?
Um estudo publicado pela National Library of Medicine mostra que psoríase e diabetes têm uma conexão significativa, principalmente devido à inflamação crônica que ambas podem causar.
Pacientes com psoríase têm um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2. A inflamação característica da doença pode dificultar a ação da insulina no corpo, aumentando os níveis de glicose no sangue.
Fatores ambientais e de estilo de vida, como obesidade, dieta e atividade física, desempenham um papel crucial tanto na psoríase quanto no diabetes, aumentando a probabilidade de complicações em ambas as condições.
Estudos indicam que a prevalência de diabetes é maior em indivíduos com psoríase e vice-versa.
O que é psoríase?
A psoríase é uma doença crônica e não contagiosa da pele. Ela é cíclica, ou seja, apresenta períodos de melhora e recaída dos sintomas. A doença é autoinflamatória, associando-se a uma predisposição genética e fatores ambientais ou comportamentais que provocam o surgimento de lesões avermelhadas e escamosas.
Os principais sintomas incluem:
- Manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas;
- Pequenas manchas brancas ou escuras residuais após a melhora das lesões;
- Pele ressecada e rachada, às vezes com sangramento;
- Coceira, queimação e dor;
- Unhas grossas, descoladas, amareladas e com alterações na forma (sulcos e depressões);
- Inchaço e rigidez nas articulações; nos casos mais graves, pode ocorrer destruição das articulações e deformidades.
Em alguns casos, para o diagnóstico da psoríase, é necessária a remoção e análise de material por meio de biópsia.
Fatores como histórico familiar, estresse, obesidade, clima frio, infecções, certos medicamentos, consumo de álcool e tabagismo podem aumentar o risco de desenvolver a doença ou agravar um quadro existente.
Se notar algo diferente na pele, procure um dermatologista o quanto antes. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais fácil será o tratamento.
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