O Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, foco também da campanha Novembro Azul, foi pauta de homenagem no Senado Federal nesta segunda-feira, 18, em uma sessão solene. A proposta do encontro foi do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que perdeu a mãe com diabetes tipo 2.
A sessão contou com a participação de representantes de importantes entidades voltadas às políticas públicas do diabetes no Brasil. O encontro, que durou mais de 2h, levou muitos dados, reivindicações e falas muito relevantes para o cenário da doença no Brasil. Os índices comentados na sessão já chamam a atenção para uma realidade que atinge todo o mundo. Entre 1990 a 2023, o número de pessoas que convivem com diabetes saltou de 7% para 15%.
A presidente do Instituto Diabetes Brasil, Jaqueline Correia, foi a primeira a participar da audiência. Ela, que é mãe de um menino que convive com diabetes tipo 1, batalha para que as políticas públicas cheguem pra todos.
“No nosso país, uma a cada nove crianças morrem por falta de diagnóstico. Se tivesse um teste de ponta de dedo numa urgência e emergência, a gente salvaria a vida dessas crianças. Uma vida vale mais do que R$ 0,40? Nós perdemos cerca de 234 mil pessoas com diabetes tipo 1. Quando adulto, o DM1, no mercado de trabalho, sofre preconceito! Nós precisamos resguardar essa população.”
A representante do instituto ainda lembrou sobre os Projetos de Lei que tramitam na casa e que podem mudar o rumo de quem convive com diabetes. A vice-presidente da Federação Internacional de Diabetes (IDF), Hermelinda Pedrosa, ressaltou a importância da sessão e pediu que as pautas voltadas à doença fossem mais “abraçadas”.
“Além de todos os projetos de lei, abraçar mais o Novembro Diabetes Azul. […] Infelizmente, diabetes não fazia nem parte do catálogo de atividades do Ministério da Saúde. Nós temos 20 milhões de pessoas com a doença, quadruplicou no mundo inteiro. Os novos dados do IDF vem no ano que vem, na Tailândia.“
Ruy Lyra, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), também esteve presente, discursou por 7 minutos, levou informações sobre as atividades da SBD e afirmou:
“Na visão de nossa sociedade, é imprenscindível que busquemos reduzir a distância de acesso à saúde entre ricos e pobres.”
Senador critica frentes parlamentares
Após a fala de Ruy Lyra, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) afirmou que o senado tem muita publicidade e pouco trabalho.
“Desculpa a sinceridade! Tem muita frente parlamentar aqui que é conversa fiada, não faz nada! É só propaganda, mas não trabalha […] Veja o exemplo aqui! Vocês todos aqui. Nós somos 81 senadores, quantos estão aqui…? Essa é a realidade!”
A médica Karla Melo também discursou e afirmou sobre a importância do diagnóstico e controle do diabetes entre os brasileiros.
“Dados de 2023 mostram que a incidência de diabetes tipo 2 entre os homens é maior. Os que já tem diagnóstico tem o nível de controle glicêmico muito ruim! Aí vem uma diferença entre o SUS e o sistema suplementar: quando olhamos os resultados no tratamento do SUS, 26% das pessoas que tem diabetes tipo 2 tem hemoglobina glicada menor que 7. Quando a gente olha pra saúde suplementar, são 40% que tem o mesmo resultado! Temos realmente essa diferença.”
Marília Sobral, do projeto Alimentação Saudável da ACT Promção de Saúde; Fadlo Fraige Filho, presidente da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes; Gilberto Casanova, da Associação de Diabetes Infantil; Magna, mãe que perdeu a filha com 21 anos; e Ana Patrícia Silva, advogada e ativista.
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