Uma inovação tecnológica em desenvolvimento no Japão promete transformar a forma como pessoas com diabetes monitoram sua saúde. Usando inteligência artificial (IA) e vídeos curtos, pesquisadores desenvolveram um sistema capaz de detectar diabetes tipo 1 e tipo 2 em poucos segundos, sem a necessidade de exames de sangue invasivos. Além disso, a tecnologia também consegue identificar pressão alta, uma condição comum entre pessoas com diabetes.
O estudo foi apresentado nas Sessões Científicas da American Heart Association de 2024.
Como funciona?
O sistema utiliza uma câmera de alta velocidade para gravar vídeos de 5 a 30 segundos do rosto e das palmas das mãos. Esses vídeos são analisados por um algoritmo de IA, que detecta alterações no fluxo sanguíneo. Em pessoas com diabetes, o fluxo sanguíneo apresenta características específicas devido aos danos que a condição pode causar aos vasos sanguíneos.
“Essa tecnologia pode facilitar a detecção precoce do diabetes e tornar o acompanhamento do tratamento mais simples e acessível para quem vive com a doença”, explicou Ryoko Uchida, pesquisadora principal do estudo.
Resultados promissores para diabetes
No estudo, o sistema foi capaz de identificar diabetes com 75% de precisão, comparando os resultados com os de um exame de sangue conhecido como hemoglobina glicada (A1c). Esse exame é um padrão utilizado para medir o controle do açúcar no sangue ao longo de dois a três meses.
Além disso, a tecnologia também mostrou resultados promissores na detecção de pressão alta:
- Pressão Alta (Hipertensão): Identificou corretamente 94% dos casos de hipertensão estágio 1 (pressão acima de 130/80 mmHg).
- Para pressão arterial considerada “acima do normal” (mas ainda não hipertensão), o sistema teve entre 81% e 86% de precisão, dependendo da duração do vídeo.
Por que Isso é Importante para quem convive com diabetes?
A relação entre diabetes e pressão alta é conhecida: muitas pessoas com diabetes desenvolvem hipertensão como uma complicação da doença, aumentando o risco de problemas cardiovasculares. Monitorar ambas as condições de forma prática e não invasiva pode ajudar a melhorar o cuidado com a saúde e prevenir complicações.
Esse sistema oferece um potencial avanço, principalmente para pessoas que evitam exames médicos ou têm dificuldade em acessar cuidados de saúde. A ideia é que, no futuro, a tecnologia possa ser integrada a dispositivos do cotidiano, como smartphones ou espelhos inteligentes, tornando o monitoramento mais acessível.
Desafios e futuro
Embora os resultados sejam promissores, o sistema ainda está em fase de testes e precisa ser ajustado para diferentes populações e condições ambientais. Por exemplo, o estudo foi realizado principalmente com pessoas de origem japonesa, em um ambiente controlado. Além disso, a precisão na detecção do diabetes precisa ser aprimorada antes que o sistema possa ser usado em larga escala.
Outro desafio é garantir que o sistema funcione mesmo em situações como batimentos cardíacos irregulares (arritmias), o que pode interferir nos resultados de pressão arterial.
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