Novos dados de pesquisa sobre tirzepatida mostram perda de gordura visceral

Tratamento

Maurílio Goeldner

Repórter e editor do portal Um Diabético. Escreve sobre saúde desde os tempos da faculdade de jornalismo. Para sugerir uma reportagem: redacao@umdiabetico.com.br

As pesquisas em torno do medicamento tirzepatida continuam animando médicos de todo o mundo que participam do Encontro Anual da Associação Europeia para os estudos sobre o diabetes, em Hamburgo, na Alemanha.

Novos dados apresentados mostraram maior controle da hemoglobina glicada e a preservação dos músculos e da massa óssea. Já a gordura ruim do organismo diminuiu. “O que ficou demonstrado é que o paciente perde principalmente a gordura visceral, o que é muito positivo. Isso foi demonstrado com vários testes, inclusive com ressonância magnética”, explica a endocrinologista brasileira Denise Franco que acompanhou a apresentação dos resultados dessa pesquisa. “Há uma perda de gordura intramuscular interessante. A gente realmente perde um pouquinho de massa muscular, mas principalmente a gente tá perdendo gordura intramuscular”, destacou.

O estudo envolveu 1.428 participantes, que convivem com diabetes num tempo médio de 14 anos, e hemoglobina glicada inicial de 8,8%.

O principal destaque dessa pesquisa foi a eficácia da tirzepatida em comparação com a insulina lispro. Durante o período de 52 semanas, a tirzepatida demonstrou uma alteração média na hemoglobina glicada de -2,1%, enquanto a insulina lispro alcançou uma redução de apenas -1,1%. Essa diferença substancial aponta para um controle glicêmico significativamente superior com o uso da tirzepatida.

Além disso, a tirzepatida também mostrou um impacto positivo no peso dos participantes. Aqueles que receberam tirzepatida apresentaram uma perda média de peso de -10 kg, enquanto os que utilizaram insulina lispro tiveram um aumento médio de +4 kg. Essa descoberta pode ter implicações significativas para os pacientes com diabetes tipo 2 que muitas vezes enfrentam o desafio do ganho de peso relacionado ao tratamento com insulina.

Hipoglicemia

Outro ponto foi a segurança da tirzepatida. A taxa de hipoglicemia clinicamente significativa, definida como glicemia inferior a 54 mg/dL, foi dez vezes menor com a tirzepatida em comparação com a insulina lispro.

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