Após relatos de pacientes em diferentes regiões do Brasil, que costumavam retirar insulina NPH em canetas pelo SUS e passaram a receber o medicamento em frascos, o Ministério da Saúde se posicionou sobre o caso. Por meio da assessoria de imprensa, a pasta afirmou que o abastecimento de insulina no Sistema Único de Saúde (SUS) segue regular e que a dispensação desses medicamentos é de responsabilidade das gestões locais.
Segundo o Ministério, a aquisição e distribuição de insulinas humanas NPH e Regular em frascos ocorre há mais de 20 anos, enquanto as canetas começaram a ser disponibilizadas no SUS apenas em 2019. A pasta esclareceu ainda que comunica regularmente às Secretarias Estaduais de Saúde sobre contratos firmados com fornecedores e o manejo correto dos medicamentos, mas que a responsabilidade pela distribuição aos municípios e aos pacientes é das gestões estaduais e locais.
O Ministério garantiu que continua fornecendo 70% do medicamento em formato de canetas e 30% em frascos. A pasta informou que seu compromisso é manter o SUS abastecido com insulina em todas as regiões do país e destacou que tanto as insulinas NPH quanto Regular, em frascos e canetas, estão disponíveis nas unidades de saúde.
A troca da apresentação do medicamento, no entanto, gerou dúvidas entre pacientes que estavam acostumados a receber 3 canetas de insulina humana NPH e passaram a receber frascos de 10 ml com seringas.
Pacientes como Felipe Almeida, 29 anos, de Alagoas, relataram estranheza com a mudança. “Sempre usei canetas e, de repente, recebi seringas. No início, achei confuso, mas percebi que o efeito é o mesmo. Ainda assim, precisei de tempo para me adaptar”, contou.
Especialistas também levantaram preocupações. Para a Dra. Karla Melo, da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a substituição de canetas por seringas, ainda que temporária, pode ser um retrocesso em termos de praticidade e segurança, principalmente para idosos e pessoas com limitações físicas.
Além disso, a endocrinologista e coordenadora do Departamento de Saúde Pública da SBD explica que a dispensação de fato é de responsabilidade das secretarias municipais de saúde e que, inclusive, cada cidade envia a quantidade necessária do medicamento para o estados que por sua vez repassa para o Ministério da Saúde, responsável pela compra total desses medicamentos e distribuição.