A glicose alta no sangue, conhecida como hiperglicemia, é uma condição que pode passar despercebida por muitos, mas que pode trazer impactos graves e silenciosos ao corpo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), níveis elevados de glicose no sangue, se não tratados, podem causar complicações sérias e irreversíveis. A Federação Internacional de Diabetes (IDF) estima que, em 2024, mais de 540 milhões de adultos vivem com diabetes no mundo, e muitos sequer sabem disso.
O que é a hiperglicemia e por que ela é perigosa?
A hiperglicemia ocorre quando os níveis de glicose no sangue ficam acima do recomendado. Em pessoas sem diabetes, isso é raro, mas em pessoas com diabetes, pode ser desencadeado por fatores como má alimentação, falta de insulina, sedentarismo, estresse ou doenças.
Os níveis considerados normais de glicose, em jejum, estão entre 70 e 99 mg/dL. Para quem tem diabetes, a Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda manter a glicemia em jejum entre 80 e 130 mg/dL e, após as refeições, abaixo de 180 mg/dL.
Manter a glicose elevada por longos períodos pode danificar vasos sanguíneos, nervos e órgãos vitais sem apresentar sintomas claros no início.
Impactos silenciosos no corpo
Embora algumas pessoas sintam sede excessiva, fadiga ou vontade de urinar frequentemente, muitas vezes a hiperglicemia não apresenta sinais óbvios. Porém, internamente, os danos já podem estar ocorrendo. Veja os principais impactos:
1. Olhos
A glicose alta pode causar retinopatia diabética, uma complicação que danifica os vasos sanguíneos da retina. De acordo com a IDF, essa condição é a principal causa de cegueira em adultos em idade produtiva.
2. Coração e vasos sanguíneos
A hiperglicemia crônica aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e derrame. Estudos mostram que pessoas com diabetes têm um risco até duas vezes maior de desenvolver problemas cardíacos.
3. Rins
Os rins trabalham para filtrar o excesso de glicose, mas o esforço prolongado pode levar à nefropatia diabética. No Brasil, segundo a SBD, o diabetes é a principal causa de insuficiência renal crônica.
4. Nervos
O excesso de glicose pode danificar os nervos, causando neuropatia diabética. Isso resulta em sintomas como formigamento, dores e perda de sensibilidade, principalmente nos pés, aumentando o risco de feridas graves.
5. Sistema imunológico
Altos níveis de glicose enfraquecem o sistema imunológico, tornando o corpo mais vulnerável a infecções, especialmente nas gengivas, pele e trato urinário.
Como prevenir e controlar a glicose alta
A boa notícia é que a hiperglicemia pode ser controlada, e as complicações, evitadas. Aqui estão algumas recomendações práticas, segundo sociedades e entidades médicas:
1. Acompanhe os níveis de glicose: Use um glicosímetro ou sensores de monitoramento contínuo, conforme orientação médica.
2. Tenha uma alimentação equilibrada: Opte por alimentos ricos em fibras, como vegetais, grãos integrais e frutas em porções adequadas.
3. Pratique atividade física: Exercícios ajudam a reduzir a glicose e aumentam a sensibilidade à insulina.
4. Tome os medicamentos corretamente: Se você usa insulina ou outros medicamentos, siga as recomendações médicas rigorosamente.
5. Faça exames regulares: Verifique a glicada (HbA1c) e outros exames para monitorar sua saúde.
A glicose alta pode ser silenciosa, mas os impactos no corpo são graves. Adotar hábitos saudáveis, monitorar os níveis de glicose e manter um acompanhamento médico regular são passos fundamentais para evitar complicações. Lembre-se: o conhecimento é o primeiro passo para cuidar da sua saúde.