Homem com diabetes em “estado avançado” é o 1º caso de morte por Chikungunya em SP; veja as recomendações

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A cidade de Tupã, localizada a 435 km da capital paulista, registrou a primeira morte por Chikungunya no estado de São Paulo. A vítima, um homem de 60 anos com diabetes em “estado avançado”, apresentou os primeiros sintomas no dia 1º de janeiro, foi internado dois dias depois e faleceu em 11 de janeiro. O caso acende um alerta para o avanço da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

De acordo com a Secretaria de Saúde de São Paulo, a cidade de Tupã já contabiliza 1.283 casos prováveis de Chikungunya, sendo 613 confirmações e 670 ainda em investigação. Em todo o estado, os números são preocupantes: 3.523 casos prováveis, 1.064 confirmações e 2.549 registros ainda aguardando análise laboratorial. Além da morte confirmada, há outros quatro óbitos em investigação.

Chikungunya e diabetes

O primeiro caso de morte por Chikungunya em São Paulo acende um alerta, especialmente para pessoas com diabetes, que podem ter sintomas mais prolongados e graves, além de maior risco de hospitalização. O endocrinologista Dr. Fernando Valente reforça a necessidade de prevenção e monitoramento rigoroso:

Nas pessoas com diabetes, a Chikungunya se apresenta com sintomas mais prolongados e com maior gravidade (dor articular, muscular e febre). Hospitalizações são mais frequentes em pessoas com diabetes do que as sem diabetes. Isso acontece também com outras infecções, a pessoa com DM é mais vulnerável. Tanto que, para aquelas doenças que têm vacina, a população com DM é uma das mais beneficiadas. Que eu saiba, a vacina contra a Chikungunya está em estudos ainda, então a saída por enquanto é (além de monitorizar e manter um controle glicêmico adequado) a prevenção e, em caso de suspeita, buscar auxílio médico para tratamento de suporte. Lembrando que qualquer infecção pode ser causa de cetoacidose diabética em pessoas com DM1, e com Chikungunya não é diferente. Daí a necessidade de maior atenção, monitorização, hidratação e, muitas vezes, há a necessidade de aumento da dose de insulina. Infecções causam inflamação no corpo, e isso pode também aumentar o risco de agravamento de complicações vasculares, renais e até neuropatia.

Para reduzir riscos, especialistas orientam cuidados como manter o controle glicêmico adequado, reforçar a hidratação, utilizar repelentes, evitar água parada e buscar atendimento médico ao primeiro sinal da doença.

Prevenção e combate ao mosquito

Para evitar novos casos e conter o avanço da Chikungunya, é fundamental adotar medidas preventivas:

  • Eliminar possíveis criadouros do mosquito, como recipientes com água parada;
  • Utilizar repelentes e roupas de manga longa em áreas de alta infestação;
  • Manter caixas d’água e reservatórios devidamente fechados;
  • Aplicar telas de proteção em janelas e portas para evitar a entrada do mosquito.

A Secretaria de Saúde de SP reforça a necessidade de conscientização da população e intensificação das ações de combate ao Aedes aegypti. Campanhas educativas e mutirões de limpeza estão sendo realizados em diversas cidades para minimizar os riscos de uma epidemia.

O que é Chikungunya e quais os sintomas?

A Chikungunya é uma doença viral que causa febre alta, dores intensas nas articulações, fadiga, dores musculares e, em alguns casos, complicações graves. Embora os sintomas possam ser confundidos com os da dengue, a dor articular intensa é uma característica marcante da Chikungunya.

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