Especial: duas mães pâncreas e os desafios de cuidar da filha com diabetes

Tratamento

Era para ser apenas uma sessão de fotografia para o primeiro aniversário da Isabella , mas em meio ao cenário colorido de balões e docinhos, o comportamento da menina mudou e a respiração ficou ofegante. Às vesperas da festa, as mães precisaram correr com a filha para a emergência. Foi uma verdadeira peregrinação até a bebê conseguir atendimento em um hospital. Foram feitos vários exames para entender o que estava acontecendo com Isabella, até que os médicos descobriram que o caso era era grave e que a menina corria risco de vida: cetoacidose diabética, que é uma complicação grave do diabetes, em que o corpo produz muitos ácidos chamados cetonas pelo fato do corpo não ter insulina suficiente usar glicose como energia. Um susto que Ludia Scotini e Raquel Scotini, as mães, nunca vão se esquecer. Foram 8 dias no hospital até a menina ficar bem e iniciar o tratamento do diabetes.

A guerreira Isabella de Sousa Scotini, hoje com 4 anos de idade, e suas duas mães viveram momentos difíceis pois o aniversário de 1 ano da menina tão esperado por todos na família, aconteceu no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (GO). Os funcionários sensibilizados fizeram uma festinha para Isabella e a nutricionista do hospital na época fez um “Smash the fruit”, um bolo feito com frutas.

Isabella comemorou o primeiro ano de vida no hospital, em Aparecida de Goiânia — Foto: Divulgação/HMAP

Antes de chegarem ao hospital, a família levou Isabella em alguns médicos que avaliaram o estado de saúde de Isabella e afirmaram ser infecção na garganta. A medicaram com xaropes que continham adição de açúcar na fórmula. A partir deste momento a situação se agravou e o desespero tomou conta das mães Ludia e Raquel que pediram exames mais detalhados para entenderem o que estaria acontecendo com a filha do casal.

Resultado? A glicemia de Isabella estava a 530mg/dL, muito acima do normal. A partir deste momento a família descobriu que a criança tinha diabetes e estava bem agravada. Ela foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento mais profundo e adequado.

Após oito dias internada lutando contra a cetoacidose diabética, uma complicação grave do diabetes, a menina finalmente recebeu alta hospitalar e pôde voltar para casa. 

Na época, um vídeo de Isabella recebendo uma festa surpresa feita pelos funcionários do hospital em que ela estava internada, viralizou nas redes sociais.

APÓS O DIAGNÓSTICO

Assim que a criança foi liberada, as mães a levaram para o endocrinologista e receberam as primeiras orientações de um universo que a partir daquele momento seria novidade para elas. Elas precisaram aprender sobre a aplicação da insulina que já foi feita no começo com a caneta de meia unidade até entenderem a dosagem correta. 

COMO ESTÁ A ISABELLA HOJE

Isabella, que completa 4 anos em junho, e tem uma vida normal com os cuidados necessários de qualquer criança que convive com diabetes tipo 1. Atualmente a pequena usa a bomba de insulina e o sensor de glicose ofertado pelo programa Viver Mais Feliz da prefeitura de Aparecida de Goiânia (GO), cidade em que a família vive. Ludia tenta manter a rotina de Isabella da maneira mais normal possível, come de tudo, mas evita doces todos os dias: “– Independente de Isabella viver com diabetes, ela é criança, diz Ludia”

A saúde da pequena guerreira é ótima, ela gosta de pular, correr e trás muitas alegrias para a família que agora conta com a irmã mais nova, a Manu.

As mães, que acompanharam cada passo dessa jornada com amor e apreensão, agora acompanham cada etapa da vida e saúde da filha com a alegria que as ocasiões merecem.

Foi uma experiência importante, ela tão pequena já dando uma lição de força para todos. Que sirva como um lembrete da importância do cuidado com a saúde e da força que reside dentro de cada um de nós, especialmente nas crianças com diabetes que enfrentam desafios tão grandes.

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