Fake news podem atrapalhar tratamento de pessoas com diabetes

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Maurílio Goeldner

Repórter e editor do portal Um Diabético. Escreve sobre saúde desde os tempos da faculdade de jornalismo. Para sugerir uma reportagem: redacao@umdiabetico.com.br

Adilma Maria de Sousa trabalha numa fábrica de doces, em Serra Talhada, Pernambuco. É um grande desafio na vida da mulher de 57 anos de idade, que convive com diabetes tipo 1 há 24 anos. “Descobri o diagnóstico porque eu tava perdendo muito peso, bebendo muita água e urinando demais. Um dia, eu chorei e a lágrima saiu doce. Fiz o teste e a glicemia estava em 295”, lembra Adilma. Desde o diagnóstico a relação dela com o diabetes mudou bastante. Leitora do portal Um Diabético, Adilma escreveu pra gente, sugerindo uma reportagem sobre propagandas enganosas sobre a cura do diabetes: “eu vejo muitas postagens na internet que falam de remédios e alimentos ‘milagrosos’. A última que eu vi dizia que o abacaxi controla o diabetes”.

O presidente da SBD, Levimar Araújo: “Fake news sobre diabetes podem ser fatais”

Levimar Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, conhece bem esse tipo de publicação e se preocupa. “A comercialização de medicamentos falsos ou “pseudo medicamentos” não apenas representa um risco financeiro, mas também coloca vidas em perigo. As fake news que promovem esses produtos podem levar as pessoas a interromperem ou substituírem tratamentos médicos prescritos, o que pode ser fatal em casos de diabetes” , explica o médico endocrinologista. A disseminação de desinformação pode ter implicações profundas e prejudiciais. Adilma considera que nesses anos todos de tratamento aprendeu a diferenciar informação confiável de propaganda enganosa. “Quando tenho dúvida mostro para o meu filho, que sempre me ajuda. Mas acho que outras pessoas podem ser enganadas”, alerta a operária.

O presidente da SBD reconhece a importância de utilizar plataformas de mídia social e outros meios de comunicação para disseminar informações precisas sobre o diabetes. “Com uma crescente presença nas redes sociais, a SBD tem alcançado um público maior e está usando essas plataformas para educar e orientar as pessoas com diabetes. Ao utilizar sites confiáveis e indicar médicos especialistas para responder a perguntas, garantimos que as informações compartilhadas sejam confiáveis e seguras”, ressalta Levimar Araújo.

Nossa leitora que sugeriu essa reportagem tem suas fontes seguras de informação. Uma delas é o portal Um Diabético. “Eu gosto muito de acompanhar o Tom Bueno. Vejo sinceridade e seriedade na forma como ele trata o diabetes”, conclui a Adilma. Para sugerir uma reportagem ao portal acesse aqui.

Veja aqui 5 dicas para não cair em fake news sobre diabetes:

1 – CHEQUE A FONTE
Antes de sair compartilhando qualquer informação, dê uma olhada na fonte. Veja se é alguém confiável, tipo um médico renomado ou uma instituição médica reconhecida. Evite aqueles sites duvidosos, blogs sem credibilidade e redes sociais cheias de teorias malucas.

2 – PROCURE UM ESPECIALISTA
Se algo sobre diabetes parecer estranho ou duvidoso, não hesite em consultar um médico ou um endocrinologista. Esses caras são os especialistas, sabem tudo do assunto e podem te dar informações certeiras e embasadas em pesquisas sérias.

3 – PUXE O GOOGLE DAS FONTES CONFIÁVEIS
Quando estiver fazendo uma pesquisa, busque informações em fontes confiáveis. Vá atrás de sites de instituições médicas, associações de diabetes e órgãos governamentais de saúde. Assim, você evita cair em notícias furadas e se mantém bem informado.

4 – DESCONFIE DAS SOLUÇÕES MILAGROSAS
Se alguém te prometer uma cura milagrosa para o diabetes, meu amigo, desconfie! O diabetes é uma condição crônica complexa, e ainda não existe uma cura mágica. Desconfie de produtos ou tratamentos que prometem resultados instantâneos e incríveis, especialmente se não tiverem um embasamento científico sério.

5 – FIQUE DE OLHO
Tem umas coisinhas que podem te ajudar a identificar uma fake news. Fique esperto com títulos sensacionalistas, falta de fontes confiáveis, erros de português grosseiros, imagens que parecem ter sido manipuladas e falta de informações de contato da fonte. Esses são indícios de que a informação pode ser furada.

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