Um novo estudo realizado na China apresenta uma abordagem inovadora para tratar pessoas com diabetes tipo 2 recém-diagnosticado. O foco são aqueles com níveis de açúcar no sangue extremamente altos (hiperglicemia severa). Publicado no British Medical Journal (BMJ), a pesquisa testou uma combinação de insulina e medicamentos orais, com resultados promissores.
O que o estudo fez?
Os pesquisadores, liderados pelo Dr. Liehua Liu e sua equipe de 15 hospitais, queriam saber se uma terapia intensiva com insulina, seguida de medicamentos orais, poderia ajudar no controle do diabetes tipo 2 em longo prazo. Eles recrutaram 412 pessoas, todas com níveis muito elevados de glicose no sangue (HbA1c acima de 8,5%). Isso significa que seus níveis de açúcar estavam perigosamente altos nos últimos meses.
No início, todos os participantes receberam insulina por um curto período de 2 a 3 semanas para normalizar rapidamente o açúcar no sangue. Em seguida, foram divididos em quatro grupos, recebendo tratamentos diferentes por 48 semanas:
- Linagliptina (um remédio que ajuda a baixar o açúcar),
- Metformina (um dos remédios mais comuns para diabetes),
- Uma combinação de linagliptina e metformina,
- Apenas orientações de estilo de vida (como dieta e exercícios).
Quais foram os resultados?
Após 48 semanas, os resultados mostraram que 80% das pessoas que usaram a combinação de linagliptina e metformina conseguiram manter o controle do açúcar no sangue (HbA1c abaixo de 7%, o alvo recomendado). No grupo que recebeu apenas orientações de estilo de vida, esse número foi de 60%.
Além disso, essa combinação ajudou a melhorar a função das células beta do pâncreas, que produzem insulina.
O que há de novo?
A novidade do estudo está no uso de uma terapia inicial com insulina intensiva, seguida por uma combinação simples de medicamentos orais. Isso pode ajudar a “reiniciar” o pâncreas e melhorar o controle do diabetes logo no início, prevenindo complicações graves no futuro.
Essa abordagem, além de eficaz, é simples de seguir e tem menos efeitos colaterais que outros tratamentos mais complexos. Muitas vezes, esses tratamentos envolvem múltiplos remédios ou injeções diárias de insulina.
Quais os próximos passos?
Apesar dos bons resultados, o estudo foi feito em hospitais da China. Por isso, os pesquisadores recomendam testar essa estratégia em outros países e com pessoas de diferentes origens. Além disso, será importante acompanhar os pacientes por mais tempo para ver se o controle do diabetes se mantém.
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