Neste domingo, um caso de exclusão e falta de compreensão sobre as necessidades de pessoas com diabetes chamou atenção nas redes sociais. O relato foi compartilhado por Rudnei Noro, pai de um jovem de 17 anos que vive com diabetes tipo 1, que foi retirado da sala de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em Sobradinho, Rio Grande do Sul, após o alarme de seu sensor de glicose disparar uma única vez.
De acordo com Rudnei, o filho havia informado na inscrição que tem diabetes tipo 1, uma condição que exige monitoramento contínuo de glicose. Para manter a segurança, ele usa um sensor que mede os níveis de glicose e emite um alarme para o celular quando ocorre alguma alteração. No entanto, o alarme foi considerado uma “perturbação” aos outros estudantes, levando à remoção do jovem da sala. O celular, que recebe as notificações do sensor, estava sob custódia de um fiscal, mas, mesmo assim, o dispositivo emitiu o alerta automático para segurança do usuário.
Rudnei relatou que seu filho foi obrigado a assinar uma ata antes de deixar a escola, sendo informado que, de acordo com as normas, apenas algumas condições de saúde teriam direito a uma sala separada. O episódio ocorreu justamente no mês de conscientização sobre o diabetes, quando campanhas reforçam a importância do acesso e da inclusão para pessoas que convivem com a doença.
“Todo dia um leão para matar”, desabafou o pai, que lamentou o constrangimento e a humilhação enfrentados pelo filho em um momento tão importante. Segundo ele, o caso expõe a falta de preparo e empatia em situações de inclusão no ambiente educacional, principalmente para jovens que dependem de dispositivos para controle de sua saúde.
Até o momento, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) ainda não se pronunciou sobre o caso.