Enquanto a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) deu parecer desfavorável à inclusão de sensores de glicose no sistema público de saúde, mais de 40 municípios e estados brasileiros têm demonstrado que é possível investir nessa tecnologia para melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes. Diversas iniciativas já oferecem sensores gratuitamente, com foco em crianças, adolescentes e grávidas, como forma de prevenir complicações e reduzir os custos de saúde no longo prazo.
Segundo o portal Um Diabético, as ações locais estão espalhadas por estados como São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e agora também o Paraná, que se tornou referência ao sancionar uma lei estadual para a distribuição do sensor.
Paraná aprova lei para distribuição estadual
O Paraná deu um passo importante ao sancionar, em dezembro de 2024, uma lei que garante a distribuição gratuita de sensores de glicose para crianças e adolescentes com diabetes tipo 1. O governador Ratinho Júnior assinou a lei, que é pioneira no estado e visa atender famílias que precisam da tecnologia para um controle mais eficiente da glicemia. O objetivo é prevenir complicações graves, como internações frequentes e quadros de cetoacidose diabética.
A medida foi bem recebida por associações e especialistas da área, sendo vista como um modelo a ser seguido por outros estados que ainda não oferecem o sensor. “É um marco para o controle do diabetes no Brasil e uma prova de que é possível implementar políticas públicas que realmente impactam a vida das pessoas”, destacou um representante da associação local.
Cidades e estados na vanguarda
Além do Paraná, outras localidades têm se destacado pela oferta de sensores de glicose:
• São Paulo (SP): Municípios como Limeira, Atibaia e Birigui já oferecem o sensor. Em Birigui, a Associação dos Diabéticos de Birigui (ADJ) lidera o projeto, que inclui até pacientes com diabetes tipo 2.
• Espírito Santo (ES): O estado disponibiliza a tecnologia em um programa estadual que beneficia, prioritariamente, crianças, adolescentes e grávidas com diabetes gestacional.
• Santa Catarina (SC): O Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, distribui sensores para crianças e adolescentes com diabetes tipo 1, garantindo mais segurança no controle da doença.
• Goiás (GO): Aparecida de Goiânia lidera o exemplo com um programa voltado para crianças e adolescentes, destacando os benefícios de prevenção de complicações severas.
Por que investir em sensores?
Gestores locais e estaduais que adotaram os programas argumentam que os sensores de glicose trazem benefícios tanto para os pacientes quanto para os sistemas de saúde. Embora o custo inicial seja alto, o investimento compensa ao reduzir internações, amputações e outras complicações graves associadas ao diabetes mal controlado.
Além disso, o monitoramento contínuo fornece dados valiosos que permitem intervenções precoces e ajustes no tratamento, beneficiando pacientes e médicos.
Iniciativas inspiradoras
O avanço dessas ações em mais de 40 localidades está inspirando outros estados e municípios. No Paraná, a nova lei já está sendo vista como referência por lideranças políticas em estados vizinhos. A expectativa é que, à medida que mais cidades adotem o sensor, o debate sobre sua inclusão no SUS ganhe mais força, forçando uma reavaliação da decisão da Conitec.
Enquanto isso, as iniciativas locais seguem crescendo, mostrando que é possível superar barreiras burocráticas para garantir uma saúde pública mais acessível e de qualidade para pessoas com diabetes em todo o Brasil.
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