O caso do estudante de 17 anos com diabetes tipo 1 que foi retirado da sala de prova do Enem em Sobradinho, Rio Grande do Sul, após o alarme de seu sensor de glicose disparar, ganhou comoção nas redes sociais.
O jovem e sua família apresentaram ao portal Um Diabético o cartão de confirmação da inscrição para o exame. O documento comprova que ele ele havia especificado sua condição de saúde na opção “Outra deficiência ou condição especial”, já que não havia um campo específico para diabetes.
Além disso, o jovem também levou um relatório médico sobre sua condição de saúde. Mesmo assim, o estudante não teve direito a uma sala especial, o que acabou gerando um caso de constrangimento e discriminação.
O jovem viajou 50 quilômetros de Salto do Jacuí até a Escola Municipal de Educação Básica Borges de Medeiros, em Sobradinho, onde o exame foi realizado. Ele foi diagnosticado com diabetes tipo 1 aos 8 anos e, desde então, precisa monitorar seus níveis de glicose continuamente.
O sensor de glicose é uma ferramenta do tratamento e oferece a possibilidade de alarmes opcionais em caso de glicose alta ou baixa. Após cerca de 2 horas de prova, o alarme disparou. De acordo com o relato do estudante, o celular do jovem estava desligado e guardado dentro de um saco sob a mesa, conforme as instruções dos fiscais.
No entanto, o alarme do sensor disparou uma única vez, sendo considerado uma “perturbação” para os outros candidatos. Os fiscais informaram que o uso de dispositivos eletrônicos não era permitido e, após assinarem uma ata, exigiram que o jovem deixasse a sala. “Dizia que não podia usar eletrônico; se isso não pode ser levado em consideração, é uma discriminação ainda pior”, desabafou o pai, Rudnei Noro.
Em entrevista exclusiva, Rudnei revelou que foi a primeira vez que o filho enfrentou esse tipo de preconceito. “Nunca sentiu esse tipo de preconceito antes. Trataram ele como um incapaz, indigno de estar naquele local”, afirmou.
O pai também relatou o impacto emocional da situação para o estudante e a indignação da família com a decisão dos fiscais. “A gente sempre cede, mas não dá para ficar calado após essa situação. Se essa luta for para isso, a gente não quer que ninguém fique passando por isso”, acrescentou.
O episódio ganhou grande repercussão nas redes sociais. Uma mãe comentou que no caso da filha, também com diabetes, os fiscais retiraram as canetas de insulina e guardaram em outra sala.
Até o momento, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) ainda não se pronunciou sobre o caso. A situação ocorre em novembro, mês de conscientização sobre o diabetes, reforçando a necessidade de medidas inclusivas e acessibilidade para pessoas que convivem com a condição.
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