Diabetes durante a gravidez pode aumentar o risco de TDAH nas crianças, diz pesquisa

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Um estudo recente, publicado pela Nature Medicine, revelou que filhos de mães com diabetes têm maior probabilidade de desenvolver o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH).

A pesquisa tinha como objetivo investigar a relação entre diabetes materno durante a gravidez e o risco de desenvolver transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) nas crianças.

O foco foi em dois tipos de diabetes materno: diabetes gestacional (GDM) e diabetes pré-gestacional (PGDM), tanto tipo 1 quanto tipo 2.

O que é transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH)

O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

O diagnóstico e tratamento do TDAH devem ser feitos por um médico neurologista, neuropediatra ou psiquiatra.

Como o estudo foi feito

O estudo foi uma coorte multinacional (um grupo de indivíduos) envolvendo 3,6 milhões de pares mãe-filho, com dados coletados de registros de saúde em Hong Kong, Nova Zelândia, Taiwan e países nórdicos (Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia).

Os nascimentos ocorreram entre 2001 e 2014, com acompanhamento até 2020. Os riscos de TDAH nas crianças foram analisados usando modelos de regressão e comparações entre irmãos expostos e não expostos ao diabetes materno.

Principais descobertas

  • Crianças nascidas de mães com qualquer tipo de diabetes durante a gravidez apresentaram um risco 16% maior de desenvolver TDAH.
  • Especificamente, o risco de TDAH foi 10% maior para crianças cujas mães tiveram diabetes gestacional (GDM) e 39% maior para aquelas cujas mães tiveram diabetes pré-gestacional (PGDM).
  • No entanto, a análise entre irmãos com exposição discordante ao GDM (ou seja, um filho exposto ao diabetes e outro não) não mostrou diferenças significativas no risco de TDAH, sugerindo que fatores genéticos ou familiares compartilhados podem influenciar os resultados.

O estudo conclui que há uma associação pequena a moderada entre o diabetes materno (incluindo diabetes gestacional e pré-gestacional) e o risco de TDAH nos filhos.

No entanto, fatores familiares e genéticos podem desempenhar um papel importante nessa relação, especialmente no caso do diabetes gestacional.

Próximos passos

Os pesquisadores sugerem que estudos futuros devem explorar o papel dos fatores genéticos e do controle glicêmico em diferentes estágios do desenvolvimento do cérebro humano.

Eles também recomendam continuar investigando o impacto da medicação antidiabética durante a gravidez no risco de TDAH, além de analisar os efeitos de fatores familiares e estilo de vida, como dieta e atividade física, na relação entre o diabetes materno e o neurodesenvolvimento das crianças.

O trabalho foi coordenado pela Universidade de Hong Kong e contou com pesquisadores do Departamento de Farmacologia e Farmácia da Universidade de Hong Kong, do Norwegian Institute of Public Health, da National Cheng Kung University (Taiwan), do Karolinska Institutet (Suécia), e várias outras instituições da Nova Zelândia, Noruega, Finlândia, Islândia e Austrália.

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