No Dia do Orgulho LGBTQIA+, celebrado hoje, 28 de junho, o jornalista e CEO do portal Um Diabético, Tom Bueno, compartilhou uma reflexão profunda sobre a relação entre sua orientação sexual e o diagnóstico de diabetes durante um bate-papo no podcast ‘Glicast’. Ele destacou os desafios enfrentados ao tentar conciliar o autocuidado com diabetes e a aceitação de sua identidade.
Diabetes e a orientação sexual
“Demorou algum tempo para eu conseguir fazer essa relação entre uma doença crônica como o diabetes e a questão da minha orientação sexual. Eu recebi o diagnóstico de diabetes num momento da minha vida em que vivia um estresse crônico. Iniciava minha carreira no jornalismo, um sonho, mas ao mesmo tempo tinha muito medo de ser descoberto como gay”, conta Tom.
Ele relembra que o medo constante de ser rejeitado pelos pais e a sociedade afetou profundamente sua saúde mental e física. “Eu não dormia direito, tinha hábitos ruins, como passar noites na internet e evitar atividade física. Comecei a emagrecer muito, perdi 13 quilos, e estava sempre cansado. Foi então que recebi o diagnóstico de diabetes, o que parecia uma sentença de morte.”
A aceitação da doença e da própria identidade sexual foram processos interligados e demorados. Tom explica que, durante muito tempo, se sentiu incapaz de se declarar gay devido ao medo de preconceitos, o que agravava seu estresse e dificultava o autocuidado com o diabetes. “Como falar de autocuidado quando você tem uma doença crônica e não consegue ser quem você é? Eu me sentia sufocado.”
A falta de informações e estudos sobre a prevalência de doenças crônicas na população LGBTQIA+ também é um ponto de preocupação. Tom ressalta a importância de políticas públicas que acolhem e tratam essas questões de forma eficiente. “É fundamental trazer luz para isso para que possamos acolher cada vez mais pessoas e compreender a dinâmica de uma doença crônica relacionada à saúde mental.”
Tom Bueno: sua experiência pessoal
A experiência pessoal do jornalista reforça a importância de uma rede de apoio e de aceitação. “Eu demorei quase cinco anos para entender tudo isso. Hoje, com minha liberdade financeira e apoio familiar, consigo me cuidar melhor, mas sei que essa não é a realidade da maioria. O autocuidado não é sozinho, precisamos de pilares importantes, como educação em diabetes e apoio social.”
Tom conclui com uma mensagem de esperança e encorajamento para a comunidade LGBTQIA+ que vive com diabetes. “Aceitação e busca por apoio são essenciais. Mesmo convivendo com uma doença crônica, é possível ter uma vida saudável. Ninguém quer ter uma doença crônica, mas com tratamento e apoio, podemos controlar e viver bem.”
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