Os casos de dengue continuam aumentando em todo o Brasil e se aproximam de 2
milhões de brasileiros infectados. Os pacientes com diabetes ( tipo 1 ou 2) estão sob maior risco de desenvolver complicações graves da doença, de acordo com um estudo publicado na revista Travel Medicine and Infectious Disease. Os números mostram que a chance de umapessoa com a doença crônica de ter a forma mais grave e necessitar de internaçãode duas vezes maior em comparação com a população que não tem o problema de saúde.A Sociedade Brasileira de Diabetes afirma que a condição metabólica aumenta orisco de gravidade e mortalidade, por isso os pacientes infectados devemprocurar Pronto Socorro (PS) ou procurar o médico de confiança imediatamente emcaso de sintomas como vômito, dor abdominal intensa e sangramentos.
De acordo com dados atualizados pelo Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde nesta segunda-feira (18), o país registrou um recorde histórico, com1.889.206 casos prováveis de dengue nas primeiras onze semanas do ano. Esse número representa o maior já registrado desde o início da série histórica, em
2000, superando o recorde anterior de 2015, que contabilizou 1.688.688 casos prováveis. O aumento é significativo em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando o país contabilizou 400.197 casos em menos de três meses.
O aumento dos casos de dengue no país vem preocupando autoridades sanitárias e médicos. A doença pode afetar a todos, mas existem alguns grupos que têm mais riscos, incluindo pessoas com diabetes, além de idosos, crianças, gestantes, pessoas com doenças crônicas e imunossuprimidos.
Pacientes com diabetes enfrentam complicações adicionais caso contraiam dengue, conforme alerta o infectologista Álvaro Costa, do HC-FMUSP. O uso de medicamentos como Ácido Acetilsalicílico (AAS), amplamente contraindicado para pacientes com diabetes devido ao risco de hipoglicemia, pode intensificar os sintomas da dengue e agravar a condição de saúde.
Além disso, a dengue pode desencadear descompensações glicêmicas, tornando o controle da glicose no sangue ainda mais desafiador. Outros medicamentos como ibuprofeno, aspirina, nimesulida e diclofenaco também devem ser evitados, pois aumentam a probabilidade de quadros hemorrágicos, especialmente nas formas mais graves da doença.
Em relação à vacinação contra a dengue, os pacientes com diabetes estão entre os grupos prioritários, mas a disponibilidade de doses ainda é limitada na rede pública, com o Ministério da Saúde atualmente focando na imunização de crianças e adolescentes. Isso significa que, para muitos, a busca pela vacina
pode exigir recursos da rede privada. No entanto, o tratamento da dengue para pacientes com diabetes não difere significativamente daqueles sem a condição, com ênfase em monitorar de perto a evolução da doença e adotar medidas de suporte, como repouso, hidratação e medicamentos para controlar os sintomas, conforme prescrito por profissionais médicos.
Recomendações para combater a dengue em meio à epidemia
Diante da escalada dos casos de dengue, é importante seguir as orientações médicas e evitar a automedicação. Medidas simples, como eliminar focos de água parada, utilizar repelentes, telas em janelas e portas, e roupas que cubram a maior parte do corpo, são fundamentais para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Além disso, é essencial estar atento aos sintomas da doença, que podem variar de febre alta e dores musculares a sinais mais graves, como sangramento nas gengivas e dor abdominal intensa. Em caso de suspeita de dengue, buscar imediatamente assistência médica é fundamental para um diagnóstico precoce e tratamento adequado, que inclui medidas de hidratação e controle dos sintomas.
A conscientização e ações coletivas são indispensáveis para conter a propagação dessa grave doença.
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