Pré-diabetes afeta mais de 12 milhões de brasileiros; saiba como identificar, tratar e prevenir
Isabella Pedreira, da Redação Um Diabético
Pré-diabetes é uma condição em que os níveis de açúcar no sangue estão elevados, mas não o suficiente para serem diagnosticados como diabetes. É considerado um estágio anterior à diabetes tipo 2 e pode ser reversível com mudanças no estilo de vida.
De acordo com a pesquisa mais recente do Ministério da Saúde do Brasil, realizada em 2019, cerca de 12,5 milhões de brasileiros têm pré-diabetes, o que representa 7,6% da população adulta. O estudo ainda mostrou que a prevalência é maior entre as mulheres (8,4%) do que entre os homens (6,7%), e que o aumento da idade está associado a um maior risco de pré-diabetes.
A pesquisa também revelou que a maioria das pessoas com pré-diabetes (cerca de 84%) não sabe que tem a condição. Isso ressalta a importância da conscientização sobre os fatores de risco e da realização de exames regulares para detecção precoce.
Quem pode ter pré-diabetes?
Qualquer pessoa pode desenvolver pré-diabetes, mas existem alguns fatores de risco, como obesidade, sedentarismo, histórico familiar de diabetes, idade acima de 45 anos e síndrome metabólica.
Como diagnosticar?
Existem cinco coisas importantes a serem consideradas no diagnóstico da pré-diabetes:
1 – Hemoglobina glicada (A1C) – O A1C mede a média de açúcar no sangue ao longo dos últimos dois a três meses. Uma leitura entre 5,7% e 6,4% indica pré-diabetes.
2 – Glicemia em jejum – Uma leitura de açúcar no sangue em jejum entre 100 e 125 mg/dl indica pré-diabetes.
3 – Teste de tolerância à glicose oral – Este teste mede o açúcar no sangue antes e depois de beber uma solução açucarada. Uma leitura entre 140 e 199 mg/dl indica pré-diabetes.
4 – Sintomas de diabetes – Se você apresentar sintomas de diabetes, como sede excessiva, micção frequente e fadiga, seu médico pode solicitar um teste de açúcar no sangue.
5 – Exame de rotina – Se você tem fatores de risco para diabetes, seu médico pode solicitar um exame de rotina para pré-diabetes.
Como tratar?
O tratamento envolve mudanças no estilo de vida, como perda de peso, aumento da atividade física e mudanças na dieta. O objetivo é reduzir o açúcar no sangue e prevenir ou retardar o desenvolvimento da diabetes tipo 2. Se essas mudanças não forem suficientes, o médico pode prescrever medicamentos para controlar o açúcar no sangue.
Segundo Denise Franco, endocrinologista, “O diagnóstico de pré-diabetes pode ser o início para mudança do estilo de vida e contribuir para melhoria nos hábitos de vida, a intervenção nessa fase pode retardar ou até prevenir o diabetes. O ideal é sempre procurar seu médico para que ele possa ajudá-lo a mudar suas história”
Pré-diabetes tem cura?
A pré-diabetes pode ser revertida com mudanças no estilo de vida, mas não há cura definitiva. É importante continuar monitorando os níveis de açúcar no sangue e manter um estilo de vida saudável para prevenir o desenvolvimento da diabetes tipo 2.
Perda de peso X pré-diabetes
A perda de peso está diretamente relacionada ao diagnóstico e ao tratamento da pré-diabetes. Estudos mostram que a perda de peso, mesmo que moderada, pode reduzir significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Além disso, pode melhorar a sensibilidade à insulina, ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue e reduzir a pressão arterial.
Por isso, é recomendado que as pessoas com pré-diabetes percam peso, principalmente se estiverem acima do peso ou obesas. As diretrizes da American Diabetes Association (ADA) recomendam uma perda de peso de 5 a 7% do peso corporal total para ajudar a reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em pessoas com pré-diabetes. Por exemplo, se uma pessoa pesa 100 kg, uma perda de peso de 5 a 7 kg pode ser suficiente para reduzir o risco.
No entanto, é importante lembrar que a perda de peso não é a única estratégia importante para o tratamento da pré-diabetes. A adoção de um estilo de vida saudável e equilibrado, incluindo atividade física regular e uma dieta adequada, é fundamental para prevenir ou retardar o desenvolvimento de diabetes tipo 2 e outras condições de saúde. O tratamento da pré-diabetes deve ser individualizado e supervisionado por um profissional de saúde.