Em mais uma reportagem da série Todos Pelo Diabetes, exemplos de quem conseguiu melhor controle do diabetes usando o FreeStyle Libre
Maurílio Goeldner, da Redação Um Diabético
Não é luxo, não é comodidade. O sensor é uma necessidade. Ana Carla, estudante de 17 anos, sabe bem disso. Ela tem fobia por agulhas. Aos 12 anos descobriu o diabetes num exame de rotina. “A minha mãe tem diabetes, ela sempre se preocupava em fazer exames de sangue. E daí um desses exames a minha glicemia tava um pouco alta realmente deu lá que eu tenho diabetes”, relembra a jovem. O controle do diabetes não era fácil, justamente em razão do medo de fazer a ponta de dedo. “A Ana Carla já tá desde o começo do projeto e ela é uma pessoa que tem medo de agulha. Então, quando ela teve a prescrição pra fazer o ponta de dedo, ela não fazia. E agora com o sensor, ela monitora. A gente tem o pedido mínimo de oito leituras diárias e às vezes acaba fazendo até mais”, conta a farmacêutica Gabriela Barreiro, que percebeu a melhora da hemoglobina de jejum e glicada após o uso do sensor.
Não é fácil, mas aos poucos a Ana Carla ganha confiança pra cuidar da saúde.
A iniciativa da Prefeitura da Estância de Atibaia beneficiou todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos que têm cadastro na rede pública municipal de saúde para retirada de insulina e demais insumos utilizados no tratamento do diabetes tipo 1. Além do FreeStyle Libre, que permite medir a glicose no sangue sem precisar furar o dedo, a Prefeitura também providenciou a contratação de uma equipe multidisciplinar. ”A gente consegue fazer uma coisa com mais certeza, a gente tá vendo. O caderninho com as pontas de dedo vai ficar pro passado”, explica a endocrinologista Tatiana Nakagawa.
Pra ter acesso ao sensor os adolescentes precisam se manter pelo menos setenta por cento do tempo na meta. Também devem frequentar as consultas e participar de grupos e encontros de educação em diabetes.
O FreeStyle Libre
Do tamanho aproximado de uma moeda de um real, o sensor digital de glicemia é aplicado na parte posterior superior do braço e foi desenvolvido para ser resistente à água. O FreeStyle Libre mede de forma contínua os níveis de glicose no sangue e os dados coletados ficam disponíveis em um aplicativo que, além de permitir aos pais monitorar a glicemia dos filhos utilizando um smartphone, possibilita a geração de relatórios frequentes para a Secretaria de Saúde e para os médicos responsáveis.
De acordo com o fabricante, estudos demonstraram que o sensor está associado a melhores resultados no controle da diabetes, incluindo a redução da hipoglicemia. Na Europa, um estudo mostrou que 97% das crianças e adolescentes disseram que o sistema é mais fácil de usar do que o tradicional teste com picadas no dedo.
Não é luxo
Sempre vai existir quem acha que o sensor é luxo. Mas para o poder público a disseminação dessa tecnologia também pode ajudar a reduzir custos de internação e das complicações que podem aparecer quando os pacientes não controlam o diabetes corretamente. “Os profissionais médicos, farmacêuticos, eles já denotam uma melhora do controle glicêmico, uma melhora da hemoglobina glicada. Investir no monitoramento como uma tecnologia que pode garantir o melhor controle. Isso que vai garantir que esse indivíduo não tenha lesão em órgão alvo ao longo da vida, que ele não precise de terapias intensivas à economia”, diz Grazielle Bertolini, secretária de saúde de Atibaia.
Gostaria de saber o que acontece quando a pessoa atinge a maioridade, se ela continua a receber ou é cancelada do programa.Tenho 54 anos e há 35 tenho diabetes tipo l dependente de insulina .Minha glicada está em 9,3 e acredito que seria muito bom se esse programa fosse estendido tb para os adultos
Gostaria de saber se outros municípios também vão implantar o programa e se nós adultos teremos chance.Tenho 55 anos o sou diabética tipo 1 a 35 anos