As bebidas alcoólicas são normais nesta época de confraternizações. Uma cerveja, uma caipirinha, drinks elaborados. Mas como elas podem ser capazes de provocar uma hipoglicemia em uma pessoa que convive com diabetes? A resposta está na hidratação e nos cuidados com a glicemia.
Caloria vazia
Além dos malefícios das bebidas alcoólicas trazem para o corpo humano, é importante lembrar que bebidas destiladas são calorias vazias. São, em média, sete calorias por grama da bebida. Em conversa com a nutricionista educadora em diabetes, Tarcila Ferraz, sobre as festas de fim de ano, ela falou sobre os perigos do álcool para o organismo de uma pessoa que tem diabetes.
“O álcool, ele pode afetar do ponto de vista até do autoconhecimento. A gente sabe que tem algumas bebidas que talvez a gente faça uma batida, que pode ter açúcar, a própria cerveja, mas eu acho que o mais importante aqui é a gente lembrar que o álcool é uma caloria vazia, são sete calorias por grama, e a grande questão para quem faz uso de medicamento.”
Consumo e efeitos
O consumo de bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de hipoglicemia, especialmente em pessoas com diabetes, devido aos seguintes fatores:
- Inibição da produção de glicose pelo fígado: O fígado tem um papel crucial na manutenção dos níveis de glicose no sangue, liberando glicose armazenada (glicogenólise) quando necessário. O álcool interfere nesse processo porque o fígado prioriza a metabolização do álcool em vez de liberar glicose no sangue. Isso reduz a capacidade do corpo de prevenir quedas na glicemia;
- Efeito retardado da hipoglicemia: A hipoglicemia induzida pelo álcool pode ocorrer várias horas após o consumo, especialmente se houver jejum ou exercícios físicos recentes, quando os estoques de glicogênio já estão reduzidos.
- Confusão com os sintomas do álcool: Sintomas de hipoglicemia, como tontura, sudorese e confusão mental, podem ser confundidos com os efeitos do álcool, dificultando o reconhecimento e o tratamento precoce;
- Mudanças no apetite e ingestão alimentar: Beber álcool pode reduzir a percepção de fome ou levar a escolhas alimentares inadequadas, como pular refeições ou consumir alimentos pobres em nutrientes, o que agrava o risco de hipoglicemia;
- Ação potencializada de medicamentos: Em pessoas que utilizam insulina ou medicamentos que aumentam a liberação de insulina (como sulfonilureias), o álcool pode intensificar o efeito hipoglicemiante dessas medicações.
Risco de hipoglicemia
A profissional afirma ainda que as bebidas alcoólicas podem trazer um risco de hipoglicemia em quem convive com diabetes tipo 1 ou 2.
“Seja insulina ou uma medicação oral, lembrar que existe um risco maior de hipoglicemia. Então, cuidado principal para quem tem diabetes seria sempre hidratar e ficar atento a quantidade e sempre se alimentando!”
Não deixe de comer para beber: equilibre!
Muitos brasileiros tem um lema de que “se eu começar a beber, não posso comer!” Isso não pode valer para quem convive com diabetes. Afinal, é preciso equilibrar, se alimentar e hidratar.
“Evitar aquele hábito que às vezes tem de deixar de comer para beber. Quando possível, monitorar mais a glicose para entender o efeito desse álcool no controle glicêmico.”
Prevenção
- Não consuma álcool em jejum: Sempre consuma alimentos antes ou durante a ingestão de bebidas alcoólicas;
- Modere a quantidade: Evite consumo excessivo, limitando-se a pequenas porções;
- Monitore a glicemia com frequência: Antes, durante e após beber álcool, especialmente antes de dormir;
- Tenha carboidratos acessíveis: Caso ocorra hipoglicemia, esteja preparado para tratá-la rapidamente.Consultar um médico ou nutricionista é fundamental para entender como o álcool pode afetar seu organismo de forma individual e segura.
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