Uma das principais complicações do diabetes descompensado é a disfunção erétil ou impotência sexual, uma realidade que muitos ainda desconhecem, porém, que pode afetar tanto homens quanto mulheres. A Organização Mundial de Saúde estima que aproximadamente 8,5% da população mundial seja afetada pela diabetes, com 13 milhões de brasileiros enfrentando essa condição, o que equivale a 6,9% da população do país.
Homens com diabetes têm uma incidência de disfunção erétil de 3 a 4 vezes maior do que aqueles sem a condição. A hiperglicemia crônica associada à diabetes pode causar danos nos órgãos, vasos sanguíneos e nervos, tornando-se um fator de risco para complicações renais, visuais, cardíacas e, inclusive, disfunção erétil.
Em entrevista ao coordenador da SBD e coordenador Endocrinopatias e DAEM da ABEMSS (Associação Brasileira de Estudos em Medicina e Saúde Sexual, médico Renato Redorat, ele comentou: “A disfunção erétil acomete mais da metade dos homens, sendo a Diabetes a enfermidade principal na sua formação. A presença da disfunção pode predizer uma doença cardiovascular (Infarto do miocárdio ou derrame (Acidente vascular cerebral) até 2 ou 3 anos antes.”
“A disfunção sexual feminina acomete quase 70% das pacientes com Diabetes tipo 1 e tipo 2, sendo o dobro da população sem Diabetes; outro fator importante na formação da disfunção sexual feminina foi o aumento do IMC (Índice de Massa Corporal), principalmente a Obesidade”, completou o médico.
Renato comentou ainda que falar sobre disfunção sexual ainda é um tabu para muitos profissionais de saúde, “a estatística de quantos profissionais perguntam aos seus pacientes não temos com precisão mas é extremamente baixa”
Por que a diabetes leva a disfunção sexual?
Essa doença de vários fatores, que se apresenta silenciosa na maioria das vezes, e onde metade da população não sabe que a possui é decorrente da elevação da glicose na corrente sanguínea (hiperglicemia ) e é justamente esse estado de hiperglicemia que levará a lesões vasculares (dificuldade de ereção, doença renal doença ocular, doença cardíaca e doença cerebral) e lesões no sistema nervoso (dormência, parestesias, arritmias, lesão no nervo ocular, entre outras).
Sabemos que a ereção depende de um estímulo nervoso e de um preenchimento sanguíneo, dois fatores afetados pela hiperglicemia. Assim como a sensibilidade da vagina feminina e toda sua estrutura interna e externa como o clitóris.
Tratamento e prevenção
Para prevenir e tratar a disfunção erétil em pacientes com diabetes, a abordagem é multidisciplinar. ORodrigo ressalta a importância da educação e formação profissional sobre o assunto, destacando que a sexualidade é um aspecto essencial da vida humana.
Entre as medidas preventivas e terapêuticas, destacam-se a manutenção da estabilidade da glicemia, a prática regular de exercícios físicos, o controle do peso corporal e o uso adequado de medicamentos. Para o tratamento da disfunção erétil, terapias como a terapia de ondas têm se mostrado promissoras, melhorando a circulação sanguínea local.
Embora a diabetes e a disfunção erétil estejam intrinsecamente relacionadas, adotar hábitos saudáveis pode ajudar a mitigar esses riscos. É fundamental buscar orientação médica e adotar uma abordagem integrada para garantir não apenas o controle da diabetes, mas também a saúde sexual e o bem-estar geral.
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