Monitorar a glicemia corretamente ao longo do dia é essencial para quem tem diabetes. Esse controle permite entender como o organismo reage ao tratamento, aos alimentos consumidos e até mesmo às atividades diárias. Além disso, auxilia na prevenção de complicações como hipoglicemia e hiperglicemia. Segundo a endocrinologista Denise Franco, a frequência da monitorização depende diretamente do tipo de diabetes e do tratamento adotado.
Diabetes tipo 1
Pessoas com diabetes tipo 1, especialmente aquelas que utilizam insulina, precisam medir a glicemia pelo menos cinco vezes ao dia. Isso porque o organismo dessas pessoas não produz insulina, tornando essencial o acompanhamento contínuo dos níveis de glicose. A endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Denise Franco, explica que o ideal é realizar a medição antes das principais refeições e duas horas depois, garantindo um controle mais preciso.
No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, em média, cerca de 200 tiras de teste por mês, o que permite essa frequência mínima de monitoramento. Entretanto, para aqueles que enfrentam episódios de glicemia descompensada, o número de medições diárias pode ser ainda maior, exigindo um planejamento adequado para garantir um controle efetivo.
Diabetes tipo 2
O monitoramento da glicemia no diabetes tipo 2 depende de diversos fatores, como o tempo de diagnóstico e o tipo de medicação utilizada. Para aqueles que fazem uso de medicamentos orais, Denise Franco recomenda medições estratégicas, como em jejum e em diferentes momentos do dia, alternando entre antes e depois das refeições. Dessa forma, é possível avaliar se o tratamento está sendo eficaz e como os alimentos interferem na glicemia.
Por outro lado, quando a pessoa com diabetes tipo 2 também faz uso de insulina, a frequência das medições deve aumentar. Se a insulina for basal, mais lenta e de longa duração, as medições podem ser mais espaçadas. No entanto, se houver o uso de insulina de ação rápida, o esquema de monitoramento se assemelha ao do diabetes tipo 1, com medições antes e após as refeições.
Uso de sensores de glicose para medir a glicemia
Com o avanço da tecnologia, muitas pessoas com diabetes passaram a utilizar sensores de glicose, que oferecem uma maneira menos invasiva e mais prática de acompanhar os níveis de açúcar no sangue. Esses dispositivos permitem leituras contínuas, facilitando o entendimento das oscilações glicêmicas ao longo do dia e em diferentes situações, como após o consumo de determinados alimentos, durante exercícios físicos e até mesmo em casos de doenças passageiras, como resfriados.
No entanto, grande parte da população ainda utiliza a medição convencional por meio da ponta do dedo. Para essas pessoas, é fundamental seguir as recomendações médicas e garantir que o controle seja feito de maneira adequada, respeitando a frequência necessária para cada caso.
Educação e consciência com a glicemia
A monitorização da glicemia não deve ser encarada apenas como uma rotina médica, mas sim como um processo de aprendizado contínuo. Quanto mais a pessoa compreende as reações do próprio corpo, melhor ela pode ajustar sua alimentação, medicação e hábitos diários.
Com o aumento da informação e da tecnologia, o controle do diabetes se torna mais acessível e eficaz. No entanto, ainda há desafios, principalmente no acesso a insumos e novas tecnologias. Por isso, é fundamental continuar debatendo e promovendo a conscientização sobre a importância da monitorização da glicemia para a qualidade de vida das pessoas com diabetes.

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