Amostra de superbactérias que podem se desenvolver mais em pessoas com diabetes.

Estudo investiga como o diabetes mal controlado pode aumentar risco de superbactérias; entenda

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Quando o assunto é diabetes, a primeira preocupação costuma ser o controle da glicose e as complicações. No entanto, uma nova pesquisa publicada na Science Advances revela um perigo silencioso! O diabetes pode transformar o corpo em um verdadeiro “berço” para o desenvolvimento de superbactérias resistentes a antibióticos. O estudo, liderado por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, nos Estados Unidos, mostra que as infecções em pessoas com diabetes evoluem rapidamente para formas mais difíceis de tratar, especialmente em casos de infecção por Staphylococcus aureus, uma bactéria comum em feridas de pele.

Com quase 530 milhões de pessoas vivendo com diabetes no mundo e a previsão de que esse número chegue a 1,3 bilhão até 2050, os especialistas acendem um sinal de atenção.

Diabetes abre portas para bactérias mais fortes

A relação entre o diabetes e as infecções bacterianas não é novidade, mas o estudo publicado no último dia 12 de fevereiro trouxe uma perspectiva ainda mais necessária. Em experimentos realizados com camundongos, os pesquisadores observaram que a superbactéria Staphylococcus aureus evolui muito mais rapidamente para uma forma resistente aos antibióticos em animais diabéticos do que em quem não convive com diabetes.

A diferença foi gritante. Nos camundongos diabéticos, as bactérias desenvolviam resistência em apenas cinco dias, enquanto nos saudáveis isso não acontecia“, destaca o estudo.

O motivo, segundo os pesquisadores, é o ambiente criado pela hiperglicemia. Desse modo, com mais glicoses altas, as bactérias encontram um bom lugar para crescer e se multiplicar, o que aumenta as chances de as tornam imunes aos tratamentos.

Por que o corpo fica mais vulnerável às superbactérias?

Além do excesso de açúcar no sangue, o sistema imunológico das pessoas com diabetes também contribui para o problema. A pesquisa revelou que as células de defesa desses pacientes não funcionam plenamente, o que facilita o avanço das infecções. Além disso, outro fator importante é a má circulação. Com o sangue chegando em menor quantidade a certas partes do corpo, especialmente nas extremidades, como pés e mãos, o organismo tem mais dificuldade em combater infecções.

Isso explica porque tantas pessoas com diabetes sofrem com feridas que demoram a cicatrizar e, em casos extremos, precisam até de amputações“, pontua o estudo.

Controle do diabetes e as superbactérias

O estudo também trouxe uma descoberta promissora: controlar os níveis de glicose no sangue pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de superbactérias.

Quando os pesquisadores administraram insulina aos camundongos com diabetes, a incidência de bactérias resistentes caiu drasticamente. Esse achado reforça a importância do controle rigoroso do diabetes, não só para evitar complicações clássicas, mas também como uma estratégia de prevenção contra infecções.

A mensagem é clara: manter o diabetes sob controle pode salvar vidas de uma forma que muita gente não imagina“, ressaltam os autores.

O que especialistas recomendam?

Para evitar o avanço das bactérias resistentes, os pesquisadores sugerem algumas medidas práticas:

  • Controle da glicemia: Seguir as orientações médicas para manter o açúcar no sangue em níveis adequados;
  • Uso consciente de antibióticos: Não tomar medicamentos sem prescrição e seguir corretamente o tratamento indicado pelo médico;
  • Cuidados com a pele: Especialmente para quem tem diabetes, é fundamental higienizar bem as feridas e buscar ajuda médica ao menor sinal de infecção;
  • Atenção aos sinais do corpo: Febre persistente, vermelhidão e inchaço são sinais de alerta que não devem ser ignorados.

A pesquisa liderada pelos professores americanos Shook, Genito, Conlon e Thurlow representa um passo importante na compreensão da resistência bacteriana em pessoas com diabetes. Ainda assim, especialistas esperam que esses achados sirvam de base para o desenvolvimento de novos tratamentos e estratégias de prevenção.

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