EXCLUSIVO: levantamento revela dados de distribuição da insulina NPH no Brasil; veja como está seu estado

Capa1 Saúde Pública

Um levantamento exclusivo realizado pelo “Um Diabético” junto às secretarias de Saúde aponta um cenário desigual no abastecimento de insulina NPH no Brasil. Embora o Ministério da Saúde afirme que os estoques estão regulares em toda a rede, 10 estados e o Distrito Federal relataram dificuldades ou desabastecimento parcial. Outros 16 estados garantem que o fornecimento está normalizado.

Região Sul

  • Rio Grande do Sul e Santa Catarina: As secretarias de Saúde dos estados afirmam que não há desabastecimento e que o fornecimento segue dentro do planejado;
  • Paraná: Relata que a distribuição da insulina ocorre em parcelas desde o final de 2024 devido às dificuldades do mercado nacional. Os envios mensais do Ministério da Saúde são repassados para as Regionais de Saúde, mas não há um levantamento oficial do número de pacientes dependentes da insulina NPH no estado.

Região Sudeste

  • São Paulo: A Secretaria de Saúde solicitou um pedido adicional de 95 mil frascos de insulina NPH em dezembro, mas ainda aguarda o envio. A demanda mensal no estado é de aproximadamente 1,6 milhão de frascos e canetas, mas apenas 1,2 milhão foram recebidos no último envio e o cenário e de desabastecimento em algumas regiões paulistas;
  • Rio de Janeiro: Distribuição ocorrendo conforme os repasses federais, sem desabastecimento;
  • Minas Gerais: Houve atraso no envio da insulina pelo Ministério da Saúde para cobrir a demanda de 16/01/2025 a 15/02/2025. O estado aguarda a autorização para distribuição da insulina recém-recebida;
  • Espírito Santo: Relata que, diante da escassez no mercado, o estado está recebendo cotas fracionadas do Ministério da Saúde, distribuídas conforme chegam.

Região Centro-Oeste

  • Mato Grosso e Mato Grosso do Sul: Relatam distribuição regular das insulinas;
  • Goiás: O desabastecimento ocorre principalmente no programa Farmácia Popular, que depende da insulina em frasco de 10ml, afetada pela redução da produção. O Ministério da Saúde tem enviado canetas de insulina de 3ml para compensar a falta dos frascos;
  • Distrito Federal: Os estoques centrais das insulinas NPH e Regular estão desabastecidos. Apenas insulinas análogas (Glargina, Detemir e ultra-rápida) estão disponíveis na rede pública.

Região Nordeste

  • Bahia: O estado segue recebendo as insulinas de forma parcelada;
  • Maranhão, Ceará e Sergipe: Relatam fornecimento regular, mas com dificuldades na aquisição da insulina Regular e NPH em frascos de 10ml para hospitais;
  • Paraíba: Relata que a distribuição de insulinas humanas não está regular, mas as insulinas análogas estão disponíveis;
  • Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas: Distribuição normalizada, sem relatos de falta;
  • Piauí: Relata que os repasses estão acontecendo de forma parcelada, com atrasos.

Região Norte

  • Tocantins: O abastecimento de insulinas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Tocantins conta, atualmente, com insulinas NPH, nas apresentações caneta e frasco, e a insulina regular, na apresentação caneta. O estado conta com com 8.773 usuários de insulina NPH e 3.136 usuários de insulina Regular;
  • Acre: Está desabastecido devido à quantidade insuficiente enviada pelo Ministério da Saúde;
  • Pará, Roraima, Rondônia e Amapá: Relatam fornecimento regular;
  • Amazonas: A distribuição de insulina humana destinada à Atenção Básica de Saúde dos municípios, fornecida pelo Ministério da Saúde, está com estoque regular. Em 2024, o Amazonas registrou 213.156 pessoas com diabetes no Estado.

O que diz o Ministério da Saúde

O “Um Diabético” questionou o Ministério da Saúde sobre a situação do abastecimento de insulina NPH no Brasil. Em resposta enviada no dia 23 de janeiro de 2025, a pasta informou que compra e distribui aos estados brasileiros a apresentação em frascos de insulinas humanas NPH e Regular há mais de 20 anos, sendo que as canetas passaram a ser disponibilizadas no SUS a partir de 2019. Atualmente, a distribuição é feita na proporção de 30% de frascos e 70% de canetas.

O Ministério também afirmou que comunica às secretarias estaduais de Saúde sobre todos os contratos firmados com fornecedores de medicamentos e insumos, além de orientar sobre o manejo correto de cada item. Além disso, destacou que é responsabilidade da gestão local a dispensação da insulina aos municípios.

Por fim, a pasta reafirmou seu compromisso com a população de manter o SUS abastecido com insulina em todas as regiões do país e garantiu que, no momento, os estoques de insulinas humanas NPH e Regular – em frascos e canetas – estão regulares em toda a rede.

O levantamento do “Um Diabético” evidencia que, apesar da afirmação do Ministério da Saúde sobre a regularidade dos estoques, 10 estados e o Distrito Federal relataram dificuldades ou desabastecimento parcial, enquanto outros 15 garantem que a distribuição segue normalizada. A crise na fabricação da insulina em frasco de 10ml e a distribuição fracionada em algumas regiões impactam diretamente os pacientes que dependem do SUS.

A falta de dados unificados sobre a quantidade exata de usuários de insulina no Brasil e a ausência de respostas de algumas secretarias de Saúde reforçam a necessidade de transparência e planejamento estratégico para garantir o fornecimento regular desse medicamento essencial.

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