Uma jovem que convive com diabetes tipo 1 de Itajaí, em Santa Catarina, está em destaque no meio esportivo. Gabriela Andrade Da Silva, de 16 anos, escolheu a natação para ganhar mais qualidade de vida. Desde então, ela nunca mais deixou as piscinas e vem ganhando inúmeras medalhas em competições pelo Brasil, sem patrocínios.
Diagnóstico
A Gabriela convive com diabetes há 10 anos. Em 13 de outubro de 2014, ela começou a apresentar alguns sintomas, como sede excessiva, excesso de urina e, em apenas um semana, perdeu 8kg. A mãe de Gabriela, Rose Andrade, contou que a filha chegou a ficar na UTI por demora no diagnóstico.
“Ela entrou em quadro de cetocidose e foi para uma UTI, ficou cinco dias. Depois da UTI, ela foi para o quarto, ficou mais uma semana e aí veio a informação para a gente.”
A Gabriela conta que foi um grande susto. Ela tinha apenas 6 anos e nem imaginava o que era o diabetes, mas reforça o apoio da família no pós-diagnóstico.
“Como eu descobri o diagnóstico muito novinha e nem sabia o que significava, não tive tanta reação! Só lembro que vi minha irmã vindo até mim e pedindo pra que eu conseguisse adivinhar me deixando mais calma e feliz. Daí, ela falou o que era e me explicou. Não vou mentir, fiquei um pouco assustada, mas era apenas uma menininha de 6 anos que queria brincar e sair daquele hospital.”
A natação
Hoje, Gabriela é uma grande competidora de natação, com mais de 90 medalhas, e diz que encontrou no esporte a oportunidade de uma vida melhor.
“A natação ajudou a melhorar minha qualidade de vida, controlando melhor minha glicose. Ela também me ajudou mentalmente, me fazendo entender coisas que talvez, se não fizesse, não ia descobrir, e também me fazendo viver coisas incríveis.”
No dia a dia, além de toda emoção e ansiedade nas preparações e nas próprias competições, fica aquela dúvida: e a glicose? Como fica na rotina? A Gabriela contou:
“É meio complicado porque varia muito das emoções e os treinos. Por exemplo, quando um treino é mais de velocidade (o que demanda mais controle anaeróbico para conseguir controlar os batimentos), minha glicose vai tendo picos. Mas se for um treino de meio fundo ou fundo, no caso mais metragem e não precisa de tanta explosão, minha glicose fica estabilizada ,mantendo-se em um nível legal para conseguir completar.”
Ela ainda contou que sempre deixa alguns sachês de mel dentro da bolsa, próxima da borda da piscina, porque já passou por episódios de hipoglicemia nos treinos e competições. Gabriela afirma que eles “são a salvação.”
Futuro nas olimpíadas?
Com tantas medalhas e reconhecimento, a Gabriela e sua família já sonham com o futuro. Afinal, a jovem de apenas 16 anos já tem inúmeras medalhas e sonha em, um dia, avançar para as Olimpíadas.
“É um sonho que pretendo em tornar realidade. Mas pra chegar lá, tenho uma estrada a andar ainda. Mas sei que, com as pessoas que tenho ao meu lado, e também comprometimento e esforço, irei conseguir.”