Mounjaro está sendo falsificado no Brasil; Farmacêutica emitiu alerta

Mounjaro: Anvisa apreende lote falsificado no Brasil e farmacêutica emite alerta

Tratamento

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou ontem (26) no Diário Oficial da União uma resolução determinando a apreensão do lote 220714 do medicamento Mounjaro, após a Eli Lilly, farmacêutica responsável pela produção do medicamento, informar que se tratava de um lote falsificado.

Diante disso, nos últimos meses, uma crescente onda de falsificações e importações ilegais do medicamento Mounjaro, utilizado para o tratamento de diabetes tipo 2 e para a perda de peso, despertou preocupações a nível global. A situação se tornou tão alarmante que a farmacêutica Eli Lilly, responsável pela produção do medicamento, decidiu emitir um alerta público, enfatizando os perigos associados ao consumo de produtos falsificados.

Contexto global do Mounjaro

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia emitido um alerta em 2023 sobre a proliferação de falsificações de medicamentos para o tratamento de diabetes e controle de peso, especialmente da semaglutida. O alerta destacou a identificação de lotes falsificados no Brasil, Reino Unido e Estados Unidos, evidenciando um problema global de segurança.

Agora, outro medicamento destinado ao mesmo propósito, a tirzepatida — princípio ativo do Mounjaro —, se tornou o novo alvo de esquemas criminosos. Mesmo sem a comercialização oficial do Mounjaro no Brasil, vendedores ilegais já oferecem o produto em plataformas online, alegando benefícios sem qualquer garantia de segurança.

Alerta da farmacêutica que produz o Mounjaro

Após a Anvisa emitir um alerta, em um comunicado divulgado nesta terça-feira (27), a Eli Lilly expressou sua preocupação com o aumento significativo de produtos falsificados que contêm ou afirmam conter tirzepatida. Esses produtos, principalmente comercializados em redes sociais e sites de comércio eletrônico, representam sérios riscos à saúde.

A farmacêutica revelou que testes em algumas dessas falsificações apontaram a presença de bactérias, impurezas em níveis elevados e até mesmo substâncias completamente diferentes. Em casos extremos, amostras continham apenas álcool puro, sem qualquer traço do princípio ativo prometido.

A Anvisa recomendou que a população adquira medicamentos apenas em farmácias estabelecidas e regularizadas pelas autoridades locais, responsáveis pela fiscalização deste comércio. A medida, fundamentada em legislação específica, visa proteger a saúde pública ao impedir a comercialização, distribuição e uso de produtos potencialmente perigosos.

Pílulas manipuladas: um novo perigo

Um aspecto adicional desse esquema criminoso são as versões orais e manipuladas do medicamento, oferecidas como alternativas mais acessíveis. No entanto, especialistas alertam que, até o momento, a única forma aprovada para a administração da tirzepatida é a injeção subcutânea. Qualquer outra forma de consumo não passou por avaliação dos órgãos reguladores, tornando sua segurança e eficácia altamente questionáveis.

Consequências para a saúde dos pacientes

A oferta de medicamentos falsificados e manipulados expõe pacientes a riscos que vão desde a ineficácia no tratamento até graves reações adversas. O desespero de muitos em busca de soluções rápidas para o controle do diabetes e para a perda de peso alimenta um mercado paralelo, onde a saúde dos consumidores é colocada em segundo plano.

Medidas de precaução

Diante desse cenário, médicos e autoridades de saúde recomendam que pacientes redobrem os cuidados na aquisição de medicamentos. É fundamental adquirir produtos apenas de fontes confiáveis, verificar a procedência e a regularidade dos mesmos junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, sempre que possível, consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tratamento. Além disso, é essencial estar atento à autenticidade da embalagem, à integridade do lote e à origem dos produtos.

A situação reforça a importância de campanhas educativas sobre os perigos de medicamentos falsificados e a necessidade de uma fiscalização rigorosa para combater essas práticas ilegais. A Eli Lilly destaca que continuará monitorando a situação e cooperando com autoridades para garantir que os pacientes tenham acesso seguro a tratamentos legítimos e eficazes.

Neste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS), já emitiu um alerta sobre falsificações de medicamentos usados para tratar o diabetes tipo 2 e para perda de peso e informou que foram identificados três lotes falsificados de semaglutida no Brasil e no Reino Unido em outubro de 2023, e nos Estados Unidos em dezembro de 2023.

Diante disso, outro medicamento usado para as mesmas funções, com o composto tirzepatida, conhecido como Mounjaro, está sendo alvo de criminosos que também estão adulterando e criando produtos falsos com ele.

 A substância, que ainda não foi comercializada oficialmente no Brasil, é prometida por vendedores ilegais como uma solução eficaz para o controle do diabetes, mas pode trazer graves consequências.

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