Um estudo recente publicado na revista Science descobriu que a exposição à fome no útero pode aumentar o risco de diabetes tipo 2 em adultos. A pesquisa analisou dados de pessoas nascidas durante a fome da Ucrânia de 1932-1933 e descobriu que aquelas que foram expostas à fome no início da gravidez tinham um risco duas vezes maior de desenvolver diabetes tipo 2 do que aquelas que não foram expostas.
Os pesquisadores acreditam que esse aumento no risco de diabetes se deve a mudanças no metabolismo fetal causadas pela desnutrição. Essas mudanças podem fazer com que o corpo seja menos eficiente na regulação do açúcar no sangue, o que pode levar ao diabetes tipo 2 mais tarde na vida.
O que o estudo descobriu sobre fome e diabetes
O estudo também descobriu que o risco de diabetes é maior para as pessoas que foram expostas à fome durante um período crítico de desenvolvimento fetal. Esse período é conhecido como “programação fetal” e é quando o corpo está mais vulnerável aos efeitos do ambiente.
Os resultados deste estudo são preocupantes, ao sugerirem que a guerra na Ucrânia pode ter um impacto duradouro na saúde das pessoas em que foram expostas à fome. Estima-se que 11 milhões de ucranianos, ou um terço da população, estavam em risco de fome em 2023. Desse número, 187.000 crianças nasceram naquele ano.
É possível que essas crianças tenham um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde na vida. As autoridades de saúde pública devem estar cientes desse risco e tomar medidas para prevenir e tratar o diabetes nessas populações.
Além disso, o estudo destaca a importância de garantir a segurança alimentar em todo o mundo. A fome não só causa sofrimento imediato, mas também pode ter consequências de longo prazo para a saúde das pessoas.