No Dia Nacional do Diabetes, celebrado hoje, 26 de junho, é essencial destacar a importância da monitorização da glicose. Essa supervisão é indispensável e previne complicações graves da doença e salva vidas.
Dados recentes mostram que o número de pessoas diagnosticadas com diabetes continua a crescer, com cerca de 537 milhões de adultos vivendo com a condição em 2021, segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF). No Brasil, aproximadamente 16 milhões de pessoas têm diabetes, e muitas delas ainda enfrentam desafios no controle adequado da glicemia.
O acompanhamento dos níveis da glicose pode ser realizado de duas maneiras principais: o método convencional, que envolve a picada no dedo para obtenção de uma gota de sangue, e o uso de sensores de glicose, como o sistema de monitorização contínua.
Ambos os métodos são importantes para auxiliar os pacientes a manterem seus níveis de glicose nas metas recomendadas, evitando complicações como a hipoglicemia e a hiperglicemia, que podem levar a problemas graves de saúde.
Diabetes: a realidade dos dados
Estatísticas revelam que apenas 50% das pessoas com diabetes conseguem manter a glicemia nos parâmetros ideais. No entanto, aqueles que utilizam a monitorização contínua de glicose têm 25% mais chances de alcançar um controle glicêmico adequado em comparação com aqueles que usam o método convencional. Essa tecnologia não apenas facilita a vida dos pacientes, mas também proporciona uma maior precisão e conveniência, possibilitando ajustes mais rápidos no tratamento.
A história de Maria Isabel com o diabetes
A pequena Maria Isabel, mais conhecida como Bebel, filha de Milena Corrêa, uma médica nefrologista de 37 anos e mãe de quatro filhos foi diagnosticada com diabetes tipo 1 aos três meses de vida, uma forma rara e não autoimune da doença.
Milena relata que Maria Isabel nasceu saudável e com todos os exames normais. No entanto, aos três meses, ela começou a apresentar sintomas semelhantes a uma bronquiolite, com respiração ofegante e cansaço extremo. Após várias visitas ao pronto-socorro, a situação se agravou, culminando em um episódio de coma causado por uma cetoacidose diabética, uma complicação grave da doença.
“Quando finalmente mediram a glicose dela, estava tão alta que não conseguia ser medida pelas máquinas convencionais. Foi um choque descobrir que ela tinha diabetes aos três meses,” conta Milena.
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Maria Isabel passou um mês internada na UTI, onde foi introduzida ao uso de uma bomba de insulina para melhor controle glicêmico. Milena destaca a importância da tecnologia na gestão do diabetes de sua filha:
“A bomba de insulina e o monitoramento contínuo da glicose foram fundamentais. Não consigo imaginar como seria sem esses recursos.”
Os primeiros meses após o diagnóstico foram desafiadores. Ajustar a glicemia de Maria Isabel, especialmente durante a introdução alimentar, foi uma tarefa árdua. A mãe explica que, devido à pouca idade, qualquer dose a mais de insulina causava hipoglicemia, e qualquer dose a menos resultava em hiperglicemia.
“A introdução alimentar, que começou aos seis meses, foi um desafio enorme. Cada nova comida era uma incógnita e ajustar a insulina foi extremamente difícil,” lembra Milena.
A família teve que aprender a lidar com os altos e baixos do diabetes enquanto tentava manter a vida o mais normal possível para Bebel e seus irmãos. Milena destaca o apoio que encontrou nas redes sociais, onde outras mães compartilharam suas experiências e soluções práticas:
“A rede social me deu um norte. Vi outras pessoas vivendo bem com diabetes, o que me ajudou a aceitar e lidar com o diagnóstico.”
Desafios e esperanças
Hoje, com dois anos e seis meses, Bebel leva uma vida mais leve, graças ao suporte da família e das tecnologias disponíveis. Milena acredita que a experiência compartilhada nas redes sociais foi essencial para encontrar um caminho positivo:
“Ver outras crianças e adultos vivendo bem com diabetes me fez perceber que não era uma sentença. Existem muitos diabéticos saudáveis que levam vidas normais.”
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A adaptação de Maria Isabel à escola foi outro grande marco. Inicialmente, Milena se preocupou com como seria o controle glicêmico na escola, mas a equipe de nutrição se mostrou dedicada a aprender e a colaborar:
“A equipe de nutrição da escola foi incrível. Aprenderam a contar carboidratos, a usar a bomba de insulina e a monitorar a glicose dela. Isso fez toda a diferença para a adaptação da Bebel na escola.”
Milena também destaca a importância de explicar a situação para Maria Isabel de uma forma positiva:
“Sempre expliquei para ela e para os irmãos que a bomba de insulina era um ‘remedinho’ que ela precisava para ficar forte. Isso ajudou a normalizar a situação e a evitar que ela se sentisse diferente ou excluída.”
Monitorização do diabetes sozinha
No caminho da autonomia e aceitação do diabetes, Maria Isabel, apesar de sua pouca idade, já demonstra independência ao medir a própria glicemia. Milena conta com orgulho como a filha aprendeu a realizar essa tarefa essencial:
“Desde que completou dois anos, Bebel se interessou pelo processo e quis fazer sozinha. Eu lembro das primeiras vezes que ela tentou, apertando o aparelhinho sem sucesso, mas eu deixava ela brincar e se familiarizar. Antes de completar dois anos, ela já conseguia medir a glicemia sozinha. Lembro que chorei de emoção quando a vi fazendo isso pela primeira vez, rindo e brincando. Isso não só nos dá mais segurança como também a faz sentir-se no controle de sua própria saúde. Agora, ela mesma pega o aparelho, limpa o dedinho e faz a medição com um sorriso no rosto. Ver esse progresso me fez perceber que o sofrimento por antecipação muitas vezes não se justifica.”
No Dia Nacional do Diabetes, a história de Maria Isabel serve como um lembrete da importância do controlo da glicose. As tecnologias disponíveis hoje não só melhoram a qualidade de vida dos pacientes como também previnem complicações severas. Investir em acesso a essas tecnologias é investir em vidas mais saudáveis e produtivas.
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