O poder do zinco no controle da diabetes tipo 2

Tratamento

Um estudo recente publicado na revista Diabetology & Metabolic Syndrome trouxe novas evidências sobre os benefícios da suplementação de zinco para pessoas com diabetes tipo 2.

Segundo a pesquisa, o zinco tem um papel importante no metabolismo da insulina e na função das células beta pancreáticas, facilitando a formação, armazenamento e liberação da insulina em resposta aos níveis de glicose no sangue. Além disso, o zinco está ligado à regulação das proteínas que transportam a glicose, influenciando a captação e utilização dessa glicose nos tecidos do corpo.

Zinco: a visão de um especialista

Em entrevista ao portal Um Diabético, o cardiologista Leandro Serafim, membro da Câmara Técnica de Cardiologia do CREMED, explicou em detalhes como o zinco age no organismo. “O zinco melhora os índices glicêmicos tanto em indivíduos com menos de 50 anos quanto naqueles com 50 anos ou mais.

O estudo mostrou que doses variando de menos de 100 mg a mais de 100 mg por dia, administradas por períodos de até 10 semanas, são eficazes”, disse Serafim.

No entanto, ele ressalta que a eficácia pode ser menor em pacientes que tomam medicamentos anti-hipertensivos, como o lisinopril, destacando a importância de uma dieta balanceada rica em alimentos que contêm zinco.

O estudo envolveu 1.146 artigos inicialmente identificados, dos quais apenas 10 meta-análises foram incluídas na revisão abrangente, cobrindo estudos realizados em diversos países, como China, Irã, Reino Unido, EUA, Taiwan e Sri Lanka.

Zinco e seus resultados no organismo

Os resultados mostraram que a suplementação de zinco reduziu significativamente a glicemia em jejum (FBS), a insulina sérica, a quantidade de açúcar no sangue e os níveis de hemoglobina glicada, todos importantes biomarcadores do diabetes tipo 2.

Apesar dos benefícios observados, a segurança a longo prazo do uso do zinco ainda não está totalmente estabelecida. Os casos isolados de efeitos colaterais leves, como dor abdominal, foram relatados, especialmente em doses mais altas. Portanto, é essencial que mais estudos sejam realizados para avaliar a biossegurança a longo prazo do zinco.

Embora os suplementos nutricionais não sejam geralmente recomendados para pacientes com diabetes, a deficiência de micronutrientes nessas pessoas pode justificar a necessidade de suplementação.

“Recomendamos que os micronutrientes sejam adquiridos a partir de uma dieta bem equilibrada, mas reconhecemos que, em alguns casos, a suplementação pode ser necessária”, disse Dr. Leandro.

O zinco se mostra como uma intervenção complementar para melhorar os parâmetros glicêmicos em pacientes com diabetes tipo 2. No entanto, é essencial seguir uma abordagem cautelosa e baseada em evidências, garantindo que qualquer suplementação seja feita sob orientação médica e considerando sempre os potenciais efeitos colaterais e interações com outros medicamentos.

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