A partir de agosto de 2025, dois novos medicamentos começam a ser vendidos no Brasil: Olire e Lirux. A EMS, em contato com o portal “Um Diabético”, afirmou que desenvolveu as canetas à base de liraglutida, uma substância já utilizada em tratamentos para diabetes tipo 2 e obesidade. A Anvisa aprovou os dois medicamentos como novos produtos, e não como genéricos.
A EMS usou uma nova rota de síntese química para produzir a molécula com alto grau de pureza. Essa abordagem garante rendimento elevado e qualidade, o que reforça a segurança e eficácia já bem documentadas da liraglutida.
Entenda as indicações de Olire e Lirux
Apesar de compartilharem a mesma base química, os medicamentos atendem a indicações diferentes. OLIRE trata obesidade e sobrepeso com comorbidades. Por outro lado, LIRUX atua no tratamento de pessoas com diabetes tipo 2.
Pessoas que venham a utilizar as canetas brasileiras devem aplicar uma injeção subcutânea por dia, diretamente no abdômen, coxa ou parte superior do braço. O horário da aplicação pode variar, pois não depende das refeições. No entanto, manter um horário fixo facilita a adesão ao tratamento.
Além disso, médicos recomendam seguir rigorosamente a prescrição individualizada, respeitando as doses. Assim, é possível minimizar efeitos adversos, ajustar o tratamento e obter os melhores resultados clínicos.
Quais serão as doses disponíveis?
A farmacêutica brasileira EMS desenvolveu o Olire para atingir até 3mg por dia, dose indicada para casos de obesidade ou sobrepeso com outras condições associadas, como pré-diabetes, hipertensão e dislipidemia. Por outro lado, o Lirux chega com dose máxima de 1,8mg ao dia, voltado para o controle da glicemia em pessoas com diabetes tipo 2.
Ambos utilizam o mesmo sistema de aplicação em caneta, com dose ajustável. Essa característica permite ao profissional de saúde personalizar o tratamento para cada paciente, conforme evolução clínica e tolerância.
Público-alvo de cada medicamento
As indicações seguem critérios específicos. Olire pode ser usado por:
- Adultos com obesidade;
- Adolescentes a partir de 12 anos com IMC elevado;
- Pessoas com sobrepeso associado a condições como diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia e apneia do sono.
Já o Lirux atende:
- Adultos com diabetes tipo 2;
- Crianças e adolescentes com mais de 10 anos com diagnóstico confirmado da doença.
Portanto, médicos devem avaliar o perfil clínico antes de prescrever qualquer um dos dois medicamentos.
Polêmica: Olire e Lirux são genéricos?
Não. A EMS, em contato com o portal “Um Diabético”, explicou que não registrou o Olire e o Lirux como genéricos. A Anvisa aprovou os dois como novos medicamentos, embora a substância ativa (liraglutida) já exista no Brasil. A empresa usou uma tecnologia inédita nacional para produzir a molécula com pureza elevada.
Por isso, as canetas surgem como alternativas baseadas em uma plataforma moderna, sem depender de importação ou cópia de referência. A produção local também contribui para ampliar o acesso da população brasileira a tratamentos eficazes.
Diferença entre Olire, Lirux, Mounjaro e Ozempic
O portal “Um Diabético” foi atrás de informações sobre outros modelos que já estão no mercado, como o Mounjaro (tirzepatida) e o Ozempic (semaglutida) para saber como eles funcionam, se há relações e suas principais diferenças. A médica endocrinologista e pesquisadora, Denise Franco disse à reportagem que a liraglutida tem, sim, algumas diferenças entre as outras canetas.
“A liraglutida é a primeira [substância que foi lançada, que é uso diário. Ela é menos potente do que a semaglutida (Ozempic). A semaglutida é injetável uma vez por semana e ela consegue atingir melhor o controle de glicemia do que a liraglutida, inclusive de controle glicêmico. A tirzepatida (Mounjaro) é a mais potente delas, a mais eficaz das medicações.” – afirma Denise.
Acompanhamento médico é essencial
Quem iniciar o tratamento com um dos dois medicamentos precisa manter acompanhamento regular com profissionais de saúde. Efeitos colaterais como náusea, dor no estômago e perda de apetite aparecem em alguns pacientes. Nesse caso, médicos conseguem ajustar rapidamente a dose ou mudar a estratégia de tratamento.
Além disso, o uso da liraglutida deve se integrar a mudanças no estilo de vida, como reeducação alimentar, prática de atividade física e controle metabólico por meio de exames laboratoriais.
Com aplicação diária e possibilidade de titulação de dose, o Olire e o Lirux permitem individualizar o tratamento, reduzir efeitos adversos e melhorar a adesão terapêutica. Assim, médicos ganham novas opções para tratar duas doenças crônicas que seguem crescendo em todo o mundo.
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