A produção de insulina no Brasil entrou em nova fase com a operação da fábrica da Biomm, localizada em Nova Lima, Minas Gerais. Em apenas um ano, a planta produziu 2,7 milhões de unidades de insulina glargina, usada principalmente no tratamento de diabetes tipo 1 e tipo 2. A expectativa da empresa é alcançar a capacidade total de produção até o primeiro trimestre de 2026, com 20 milhões de refis e outros 20 milhões de frascos por ano. Além disso, a empresa ainda mira em outros tipos de insulina, que já estão em processo de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além disso, a fábrica recebeu investimento de R$ 800 milhões e foi projetada para atender à demanda nacional do medicamento, com foco em garantir continuidade no fornecimento e ampliar o acesso da população ao tratamento. Hoje, o Brasil figura entre os países com maior incidência de diabetes no mundo, com cerca de 16 milhões de adultos com diagnóstico da doença, conforme o Atlas da Federação Internacional de Diabetes (IDF).
Fornecimento ao SUS já começou em 2023
Desde 2023, a empresa fornece a insulina glargina, a Glargilin, para o Sistema Único de Saúde (SUS). Esse fornecimento colabora para reduzir as falhas de distribuição que afetam o tratamento de pessoas com diabetes em diversas regiões do país. Segundo a Biomm, a fábrica produzirá 10 milhões de unidades em 2025, com previsão de dobrar esse número em 2026. O CEO da empresa, Heraldo Marchezini, destaca o impacto da produção no Brasil:
“A produção e o fornecimento de insulina no país contribuem para a segurança e a continuidade do tratamento dos brasileiros que dependem deste medicamento para manter a saúde e a qualidade de vida. Além da fabricação de glargina, temos um portfólio amplo de insulinas para o tratamento de diabetes tipo 1 e 2, contribuindo para o sistema de saúde do país e para a melhoria do atendimento à população“, afirma.
Parcerias para ampliar o acesso à insulina no Brasil
Além disso, a empresa firmou uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos (Fiocruz), no Ceará, e com a biofarmacêutica chinesa Gan&Lee. Por meio dessa colaboração estratégica, está prevista a transferência de tecnologia para que o Brasil passe a fabricar a matéria-prima da insulina glargina localmente. Nesse contexto, a Biomm afirma que continuará responsável pela produção final do medicamento, garantindo a continuidade do abastecimento com insulina no Brasil.
Além disso, outra parceria reúne Biomm, Fundação Ezequiel Dias (Funed), a indiana Wockhardt e a empresa Gerais, Comércio e Importação. Juntas, essas instituições trabalham na produção de insulina humana (Wosulin), com potencial para atender até 50% da demanda anual do Ministério da Saúde.
Novos medicamentos em avaliação na Anvisa
O portfólio da Biomm inclui outros tipos de insulinas em fase de avaliação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entre os produtos, estão a insulina de longa duração Degludeca e os análogos de ação ultrarrápida Asparte e Lispro. O objetivo é diversificar o acesso ao tratamento com insulinas modernas para diferentes perfis de pacientes.
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