A doação de sangue salva vidas todos os dias e neste mês de junho, mais precisamente no dia 14, é celebrado o Dia do Doador de Sangue. Em hospitais e emergências, esse gesto simples, rápido e gratuito pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte para quem precisa. Muita gente quer ajudar, mas ainda tem dúvidas sobre quem realmente pode doar. Uma das perguntas mais comuns envolve a doação de sangue por pessoas com diabetes. E sim, em alguns casos, pessoas com diabetes podem doar sangue, mas existem regras importantes.
Nem toda pessoa com diabetes está impedida
Antes de tudo, é preciso entender que existem diferentes tipos de diabetes, e isso muda bastante as regras. O diabetes tipo 1, por exemplo, costuma aparecer mais cedo e exige tratamento com insulina desde o início. Já o tipo 2, mais comum, pode ser controlado com alimentação, exercícios físicos e medicamentos orais.
E aqui está o ponto-chave: quem tem diabetes tipo 1, infelizmente, não pode doar sangue. Isso acontece porque o tipo 1 envolve um controle mais delicado e o uso contínuo de insulina. O mesmo vale para quem tem diabetes tipo 2, mas faz uso de insulina ou de outros medicamentos injetáveis. Nessas situações, a pessoa fica fora dos critérios de doação.
Por outro lado, se a pessoa tem diabetes tipo 2, está com a glicemia bem controlada, não usa insulina e não apresenta nenhuma complicação de saúde, ela pode, sim, doar sangue. Mas precisa estar em dia com o tratamento, manter os exames em ordem e não ter infecções ativas no momento da doação.
Controle da glicemia é fundamental para doação de sangue
Manter a glicemia dentro dos níveis ideais não é só bom para a saúde no dia a dia. Também permite que a pessoa com diabetes tipo 2 possa se tornar um doador de sangue. Isso reforça a importância de um bom controle da doença, com alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, uso correto da medicação e acompanhamento médico frequente.
Esse controle não só ajuda a evitar complicações, como doenças nos rins, nos olhos ou no coração, como também abre portas para que a pessoa possa participar de ações solidárias, como a doação de sangue.
Aliás, muitas pessoas se surpreendem ao descobrir que podem doar. Às vezes, pensam que o diagnóstico de diabetes já basta para impedir, mas não é bem assim. O mais importante é avaliar o tipo de diabetes, como está o tratamento e se o corpo está saudável para enfrentar o processo de doação sem riscos.
O que dizem os hemocentros sobre a doação de sangue?
Na prática, todo doador passa por uma triagem antes da doação. É nessa hora que o pessoal da saúde faz perguntas sobre o histórico médico, uso de medicamentos e condições de saúde em geral. Essa entrevista é essencial para garantir a segurança de quem vai receber o sangue e também de quem está doando.
Se a pessoa tiver diabetes tipo 2 controlado, não usar insulina e não tiver complicações relacionadas à doença, ela geralmente é aprovada para doar. Mas se a triagem identificar qualquer problema de saúde mais sério ou o uso de medicamentos injetáveis, a doação é adiada ou recusada.
É por isso que vale sempre a pena ir até um hemocentro e tirar as dúvidas diretamente com os profissionais. Cada caso é um caso, e ninguém melhor do que a equipe técnica para avaliar com segurança.
Um gesto que vale por muitas vidas
Mesmo que algumas pessoas com diabetes não possam doar, elas podem e devem incentivar outras pessoas a fazerem esse gesto tão necessário. Principalmente nos meses de frio, os bancos de sangue costumam ficar vazios. A queda na temperatura faz muita gente deixar de lado o compromisso de ir até o hemocentro, o que afeta diretamente os estoques.
Por isso, quem pode doar, deve aproveitar essa oportunidade de ajudar o próximo. Um único doador pode salvar até quatro vidas. É rápido, seguro e faz um bem enorme. Não só para quem recebe, mas também para quem doa.
Cuide de você e ajude o próximo
Se você tem diabetes tipo 2 e está em dia com seu tratamento, pense com carinho na possibilidade de doar sangue. Antes de doar, vale a pena:
- Conversar com seu médico de confiança;
- Manter a glicemia controlada nos dias que antecedem a doação;
- Não usar medicamentos injetáveis;
- Estar descansado e bem alimentado no dia da doação;
- Informar corretamente seu histórico de saúde na entrevista.
Se você não pode doar, não tem problema. Ainda assim, pode ajudar de outras formas: divulgando a importância da doação, incentivando familiares e amigos, e mostrando que mesmo quem vive com uma condição crônica como o diabetes pode contribuir com ações de solidariedade.
A doação de sangue é um gesto de amor que faz toda a diferença. E, para muitos que convivem com o diabetes tipo 2 de forma controlada, esse gesto está ao alcance. Então, se você pode doar, vá até o hemocentro mais próximo e faça sua parte. Afinal, hoje alguém precisa de você. Amanhã, você pode precisar de alguém.
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