Com apenas quatro anos, Heleninha já entende mais sobre saúde do que muita gente grande. Diagnosticada com diabetes tipo 1 em março deste ano, a pequena virou inspiração nas redes sociais ao compartilhar, com leveza e sinceridade, a sua rotina com a condição. Quem acompanha os vídeos se encanta com a forma espontânea com que ela lida com os cuidados diários, e aprende junto com ela, sem nem perceber.
A responsável por registrar tudo é a avó, Vasti Oliveira, que decidiu transformar os desafios do dia a dia em conteúdo educativo e acolhedor. Desde então, os vídeos da neta têm conquistado milhares de visualizações e comentários carinhosos. Mas, segundo Vasti, tudo ali acontece de forma orgânica, sem roteiro e sem pressão.
“Tudo que ela filma é natural. Sempre ela quem decide. E todas as falas são dela, não dizemos nada.” conta a avó.
Sem medo da insulina e cheia de atitude com o diabetes tipo 1
Em um dos vídeos mais assistidos, Heleninha aparece com uma serenidade surpreendente, explicando por que não se deve ter medo da insulina. No jeitinho dela, ela mostra o que é trocar o local da aplicação e fala sobre como isso ajuda o corpo a absorver melhor o hormônio.
Nada ali soa ensaiado. Pelo contrário, a graça dos vídeos está justamente na naturalidade. A pequena não tenta parecer adulta ou médica. Ela é apenas uma criança lidando com uma condição que exige atenção, mas que não impede ninguém de viver bem.
O sensor de glicose também virou personagem
Outro tema frequente nos vídeos de Heleninha é o FreeStyle Libre, o sensor que substitui, em muitos casos, as tradicionais picadas nos dedos para medir a glicose. Ela mostra o sensor com orgulho, aponta para o bracinho onde ele fica colado e promete mostrar como é feita a troca assim que chegar a hora.
Com essa atitude, ela ajuda outras crianças, e até adultos, a entenderem que o sensor não dói, que é seguro e que pode ser um grande aliado no controle do diabetes.
O poder da representatividade do diabetes tipo 1
Num país onde milhares de pessoas convivem com o diabetes tipo 1, ver uma criança pequena lidando com a condição de forma leve tem um impacto gigantesco. Heleninha representa tantas outras crianças que enfrentam a mesma rotina, mas que muitas vezes não se veem refletidas na mídia ou nas redes sociais.
Ao mostrar o uso da insulina, o sensor de glicose, a medição e até os dias mais difíceis, ela não apenas quebra tabus, como também torna o tema do diabetes mais acessível para as famílias. Assim, o diabetes tipo 1 deixa de parecer um ‘bicho de sete cabeças’ e passa a fazer parte da rotina com informação, cuidado e acolhimento.
Uma voz doce que transforma
As falas de Heleninha são simples, mas carregadas de significado. Quando ela diz que “não precisa ter medo da insulina”, ela não está só falando para outras crianças. Ela está dando um recado para adultos também. Para pais, professores, cuidadores e até para quem, por falta de informação, ainda enxerga o diabetes com preconceito ou estigma.
O mais bonito do que acontece no perfil de Heleninha não é só a quantidade de visualizações ou curtidas. É o tipo de comentário que chega. Mães agradecem por verem suas filhas representadas. Pessoas recém-diagnosticadas se emocionam com a coragem da pequena. E até profissionais da saúde reconhecem a importância do conteúdo.
No fim das contas, o que Vasti e Heleninha construíram juntas vai muito além de vídeos fofos. Elas criaram um espaço de acolhimento, educação e representatividade. E provaram que, sim, mesmo aos quatro anos, é possível fazer a diferença.
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