A luta contra o diabetes tipo 2, a obesidade e outras condições crônicas pode ganhar um reforço importante no Distrito Federal. Por isso, o deputado distrital Roosevelt (PL) apresentou à Câmara Legislativa o Projeto de Lei nº 1724/2025. A proposta prevê o fornecimento gratuito de medicamentos como Ozempic e Mounjaro para pacientes da rede pública. Além disso, o foco está nas pessoas em situação de vulnerabilidade financeira, que enfrentam grandes dificuldades para manter o tratamento.
Por que Ozempic virou um assunto tão sério?
O Ozempic, feito à base de semaglutida, e o Mounjaro, com tirzepatida, são mais que simples medicamentos. Eles representam um avanço importante, principalmente no tratamento do diabetes tipo 2. Além disso, também ajudam no combate à obesidade e na prevenção de complicações graves, como infarto e AVC.
Esses remédios controlam a glicemia e ajudam na perda de peso. No entanto, custam caro. Uma caixa de Ozempic, por exemplo, pode passar de R$ 1.000. Para quem depende do SUS e não consegue pagar, manter o tratamento se torna impossível.
Projeto quer garantir acesso justo ao Ozempic
Diante desse cenário, o projeto quer mudar essa realidade. A proposta garante o acesso gratuito ao Ozempic e ao Mounjaro para quem mais precisa. Mas o paciente deve provar que faz tratamento contínuo e não tem condições de pagar pelo remédio.
O objetivo é claro: ninguém deve ficar sem tratamento por falta de dinheiro. Além disso, o número de pessoas com diabetes e obesidade cresceu muito nos últimos anos, especialmente no DF. Dados do Ministério da Saúde mostram que 1 em cada 4 adultos no Distrito Federal já está com obesidade. Em 2006, esse número era metade. E a tendência, infelizmente, é de crescimento.
Como será o acesso?
Se o projeto virar lei, o acesso será feito de forma organizada. O paciente vai precisar:
- Estar em tratamento na rede pública;
- Ter prescrição médica com laudo que comprove a necessidade clínica;
- Passar por uma avaliação socioeconômica para mostrar que não pode comprar o medicamento;
- Fazer uma reavaliação a cada seis meses, com base nos resultados do tratamento.
Esses critérios servem para garantir que o remédio chegue a quem realmente precisa e que o uso aconteça de forma responsável.
Ozempic é tratamento, não modismo
Nos últimos tempos, o Ozempic ganhou fama como “remédio para emagrecer”. Muita gente, inclusive famosos, passou a usar por conta própria. Isso gerou um aumento na procura, fez o preço subir e causou falta do produto nas farmácias.
Mas é importante lembrar: o Ozempic não é suplemento, nem milagre. Ele é um tratamento sério para diabetes tipo 2, aprovado por médicos e agências de saúde. Quando usado com acompanhamento, alimentação equilibrada e exercícios, pode evitar complicações graves e melhorar muito a qualidade de vida.
Um passo contra a desigualdade na saúde
O projeto quer diminuir a desigualdade no acesso à saúde. Quem tem dinheiro compra o remédio. Quem não tem, sofre. Com o fornecimento gratuito do Ozempic e do Mounjaro, o DF pode dar um passo importante para garantir um tratamento digno para todos.
Além disso, oferecer esses medicamentos de forma gratuita pode evitar internações, emergências e complicações futuras. No fim das contas, o custo que o governo terá com os remédios pode ser muito menor do que o gasto com cirurgias e tratamentos de urgência.
O que falta para virar realidade?
A Câmara Legislativa ainda vai discutir e votar o projeto. Se for aprovado, o governador precisa sancionar a lei. Depois disso, o governo terá que organizar a distribuição: comprar os medicamentos, treinar as equipes e definir como será feito o controle.
Mesmo assim, o simples fato de o projeto existir já mostra que existe um movimento importante em defesa da saúde de quem mais precisa. É uma tentativa de garantir que o tratamento com Ozempic e Mounjaro não fique restrito a quem pode pagar.
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