A cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, dá um passo importante na busca por mais qualidade de vida para pessoas com diabetes tipo 1. Nesse contexto, a Associação Formigas lidera uma nova ação. O grupo mapeia toda a população diagnosticada com a condição.
Além disso, o foco está em coletar dados precisos. Com essas informações, a associação pretende fortalecer a criação de novas políticas públicas. Do mesmo modo, quer incentivar a destinação de recursos por parte da Câmara de Vereadores.
Portanto, a iniciativa não apenas organiza os dados, mas também amplia o debate sobre os direitos das pessoas com diabetes tipo 1. Ao mesmo tempo, oferece base concreta para decisões mais justas e eficazes.
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Diabetes tipo 1 no centro do debate público
Segundo a presidente da Associação Formigas, Daniele Portella, a principal dificuldade em Santa Maria é que o atendimento especializado é responsabilidade do governo do Estado, e não do município. Por isso, a cidade não tem controle direto sobre os pacientes, o que dificulta qualquer tipo de planejamento no cuidado com quem convive com o diabetes tipo 1.
“Conversando com os vereadores e com o pessoal da associação, surgiu a necessidade de ter esses dados. Por quê? Porque a gente quer ser contemplado com emendas impositivas da Câmara de Vereadores para aquisição de sensores, de melhores políticas públicas também para o diabetes tipo 1.“
Sensores de glicose na pauta
Um dos principais objetivos da iniciativa é justamente a conquista de recursos para a aquisição de sensores de glicose para o controle preciso da glicose no sangue. Sem um levantamento da população diagnosticada, é impossível calcular o investimento necessário para que esses insumos se tornem realidade para todos.
“A gente precisa ter a real noção de quem é a população com diabetes tipo 1 de Santa Maria. Qual investimento será necessário para que a gente consiga implementar sensores de glicose para a população, qual protocolo será adotado,” aponta Daniele
Acolhimento, escuta e formação sobre diabetes tipo 1
Outro ponto forte da mobilização é garantir que as famílias possam ser acolhidas. A ideia é mapear, sobretudo, onde estão essas pessoas, como fazem o tratamento e qual a estrutura que utilizam, seja ela pública, particular ou conveniada.
“Inclusive para nós podermos acolher essas famílias. Onde estão localizados? Se é mais no interior, se é mais no centro da cidade. Onde é que eles fazem esse tipo de acompanhamento?” – aponta a presidente
Busca por atualização dos profissionais de saúde
A presidente da Associação Formigas também relata que muitas famílias têm enfrentado dificuldades no atendimento de emergência. Muitos profissionais, infelizmente, ainda confundem o diabetes tipo 1 com o tipo 2. Por isso, acabam tratando de forma equivocada situações de hipoglicemia ou hiperglicemia. Essa falta de conhecimento pode comprometer o atendimento e agravar o quadro do paciente. A entidade pediu um protocolo específico para urgências e emergências em diabetes tipo 1 à atual presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, do Rio Grande do Sul.
Para fortalecer essa luta, a Associação Formigas firmou parceria com o Instituto da Criança com Diabetes, de Porto Alegre, que vai oferecer um curso de capacitação tanto para profissionais da saúde do município quanto para membros da própria associação. A proposta é garantir formação continuada e mais qualidade no atendimento da rede pública.
“Assim como para a Associação Formigas. Alguns pais e profissionais da saúde que estão na Associação Formigas serão contemplados com uma capacitação do Instituto da Criança com Diabetes.“
Próximos passos
A expectativa é que Santa Maria possa dar um salto em termos de políticas públicas voltadas para o diabetes tipo 1. O apoio dos vereadores já está garantido. Agora, a missão envolve transformar os dados em ações concretas que melhorem a qualidade de vida de centenas de famílias da região.
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